Cenário externo continua positivo, evitando uma deterioração maior no Brasil.
Complementando o comentário de hoje
cedo, que foi prejudicado por problemas técnicos, as informações que temos do cenário externo nas últimas horas
reforçam um quadro de uma economia global que cresce de forma relativamente
estável e saudável (vide exportações e importações da China, produção
industrial na Alemanha, PIB na Área do Euro) e bancos centrais que sinalizam
para um processo apenas gradual de retirada de liquidez da economia.
A reunião do ECB será em algumas
horas e deverá reforçar este quadro. O BoJ, segundo artigos recentes, pretende também
melhorar a sua comunicação, mas na direção de mostrar uma postura gradual no
seu processo de normalização monetária. O Fed deverá elevar os juros na semana
quevem e sinalizar para a continuidade do processo de normalização monetária,
com mais uma alta (além das duas que terão sido concretizas na próxima semana)
este ano e o anuncio dos detalhes do projeto de redução de seu balanço.
No Brasil, o cenário externo continua contribuindo para uma
volatilidade mais baixa, mesmo que em um ambiente de incerteza. O quadro
cíclico da economia também ajuda, com a inflação extremamente baixa, contas
externas robustas e um crescimento que se recupera a passos lentos. A robustez
da equipe econômica garante algum conforto para os investidores estrangeiros.
O cenário político, contudo, se
mostra conturbado. Mesmo que Temer sobreviva ao TSE, as acusações em cima dele
devem se acumular, pelo o que sinaliza a mídia e a PGR. O PSDB, um dos
principais pilares de sustentação do governo, acena com a ruptura, mesmo que
mantendo uma postura pro reforma.
Tendo a acreditar que o mercado possa
reagir positivamente a uma possível vitória de Temer no TSE. Segundo esta
narrativa, Temer teria condições de recompor sua base em torno do mínimo
possível de reformas para que o país possa sobreviver até as eleições do ano
que vem. Contudo, os riscos não estarão totalmente dissipados.
Por isso, ainda tenho preferência por
posições mais neutras em Brasil, aplicadas na parte curta da curva de juros,
comprado em estruturas de opção de dólar como hedge e comprado em inflação
implícita na parte intermediária da curva.
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