Brasil: O TSE é um risco a menos, mas o cenário segue incerto.
Como era amplamente esperado, o TSE
manteve o mandato de Michel Temer. O processo no TSE era apenas o primeiro
passo em um longo e tortuoso caminho para este governo buscar uma reafirmação.
A solução para os problemas políticos enfrentados por Temer e Cia está longe de
ser encontrada, mas retirar o TSE do caminho é um passo importante nesta
caminhada.
A mídia agora volta as suas atenções
para a possível abertura de inquérito sobre as possíveis atitudes não
republicanas de Temer, segundo as acusações da PGR. O governo terá que se
articular no Congresso, em busca de apoio para a sobrevivência, já que a
abertura do inquérito depende de maioria na Câmara dos Deputados.
Enquanto o inquérito não é aberto, a
mídia continua trazendo a tona possíveis novas evidências contra o atual
presidente e o seu entorno. Além disso, o fantasma de novas delações premiadas,
que poderiam incriminar ainda mais o núcleo duro do governo, estão circulando
na mídia diariamente.
Neste ambiente, Temer precisa
concentrar seus esforços em sua defesa, deixando os interesses do país um pouco
de lado. Este trabalho, contudo, está sendo exercido pela equipe econômica,
capitaneada por Henrique Meirelles, como uma espécie de primeiro ministro informal.
Esta equipe econômica continua
apresentando credencias que são bem vistas pelo mercado. A Reforma da
Previdência é um passo essencial para colocar o país de volta na rota da
recuperação econômica, mas outras medidas periféricas continuam avançando.
Neste sábado, os jornais estão
reportando que o governo buscará uma nova rodada de agenda positiva, focada no
busca pelo emprego, o consumo e o crescimento. Não há detalhes sobre o caráter
destas medidas.
De maneira geral, o cenário político
continua incerto e nebuloso, mas me parece difícil fazer um “case” muito
otimista ou muito pessimista no momento. O cenário externo terá um peso
importante sobre a dinâmica dos ativos locais nos próximos dias. O mercado de
juros local me parece mais defendido pela ancora da política monetária e de um
quadro cíclico extremamente favorável à queda das taxas de juros. As incertezas
sobre o crescimento e as reformas estruturantes continuam deixando o cenário
para o câmbio e a bolsa um pouco mais incerto.
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