Argentina

Como podemos ler no artigo do FT abaixo, a argentina emitiu um bond de 100 anos hoje: At lunchtime in New York, indications were that the bond would have an effective yield of 7.92 per cent, sold at 90 cents on the dollar and an annual coupon of 7.125 per cent.

A emissão de um papel de 100 anos, por um país que já deu default por 8 vezes desde a sua independência em 1816 mostra não apenas a recuperação econômica (mesmo que talvez cíclica) do país, mas um enorme apetite do mercado por yield, em um momento de baixa volatilidade econômica global e, consequentemente, baixa volatilidade dos mercados financeiros como um todo.

O cenário continua a ser de “goldilocks”, mas não podemos confundir um cenário construtivo com ausência de riscos. Os riscos existem e se não forem devidamente mapeados, o mercado pode entrar em dinâmicas perigosas. O momento parece oportuno pela busca de hedges.

Fico extremamente desconfortável com eventos como o de hoje (emissão de 100 anos da Argentina). Quem não lembra da emissão de 100 anos da Petrobrás em 2015, e o que ocorreu pouco tempo depois? (papel emitido em torno de $80 que chegou a operar abaixo de $60). Quem não lembra da emissão de Áustria 70 anos? (acima de $90, que chegou a operar a $80 pouco tempo depois).

Enfim, estou longe de adotar uma postura negativa, mas a história mostra, coincidência ou não, que os mercados não apreciam em linha reta. A leniência dos investidores tende a piorar o quadro técnico e, eventualmente, causar correções, mesmo que pontuais, mas que podem vir a ser rápidas e acentuadas.


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