Brazil: It´s not getting better...

Uma nova onda de atentados terroristas, realizados na forma de “Lobo Solitários”* atingiram Londres, a capital da Inglaterra. Os eventos devem trazer uma pitada de incerteza adicional às eleições gerais agendadas para esta semana.
A despeito da enorme tragédia humana que estes ataques terroristas causam na sociedade, este tipo de evento tem apresentando um padrão de trazer poucos impactos aos mercados financeiros globais.
No Brasil, a situação política apresentou deterioração ao longo do final de semana. O tempo passa, as acusações sobre o atual governo crescem – mesmo que sem condenações concretas – e o atual presidente dá sinais de que pretende permanecer no cargo e lutar, até a última instância, por seu mandato.
Na atual conjuntura, sem uma solução para este impasse, ou para esta crise política, a agenda legislativa avança a passos lentos, sem que as principais matérias necessárias para a recuperação dos melhores fundamentos econômicos para o país sejam pautadas. O aumento da incerteza afeta negativamente a confiança dos consumidores e empresários que, consequentemente, pressionam negativamente o crescimento. Por ora, a relativa tranquilidade do cenário externo esta dando algum espaço para que a deterioração dos preços dos ativos locais seja contida, mas não podemos contar com este ambiente “ad aeternum”. A inflação deverá continuar baixa, as reservas internacionais dão conforto à equipe econômica e as contas externas se mostram sólidas. Contudo, a classe política precisa entender que a trajetória da dívida/PIB, em um país sem crescimento, traz efeitos nefastos para a economia, para a sociedade e para os mercados financeiros locais. As reformas econômicas são imperativas.
De maneira geral ainda vejo um alto grau de incerteza no curto-prazo. Ainda vejo um cenário de afastamento do atual governo, com a eleição indireta de um candidato de bom senso, de consenso e com perfil reformista como a melhor opção na atual conjuntura. Contudo, este nome ainda não surgiu no cenário. Empurrar com a barriga um governo enfraquecido, sem capacidade de mobilização da base em torno das reformas me parece ser, talvez, o pior dos cenários possíveis, exceto pelas eleições diretas, que me parecem incostitucionais.
O fluxo de notícias deste início de final de semana foi intenso. De maneira geral, os rumores que circulam no mercado mantém o cenário político extremamente incerto e nebuloso.
Nesta manhã, o ex deputado Rocha Loures – aquele que foi filmado em uma “ação controlada” da Polícia Federal recebendo uma mala com R$500 mil – foi preso. O ex deputado é visto pelos investigadores como uma pessoa muito próxima ao Presidente Michel Temer. Ele é acusado de ser um agente que defenderia o atual Presidente em relações não republicanas. A prisão de hoje eleva o clima de incerteza para o atual governo, pois aumenta a chance de que Loures acerte um acordo de elação premiada, podendo envolver a cúpula do atual governo. Vale lembrar que os fatos ainda estão em fase de investigação. A PGR apresentou seus argumentos e suas acusações, mas os envolvidos terão a oportunidade de defesa. Por ora, os acusados negam atividades ilícitas.
A grande mídia está especulando a possibilidade de delação premiada dos ex Ministros da Fazenda Antonio Palocci e Guido Mantega. O primeiro, com grandes laços no Governo Lula. O segundo,figura de confiança do Governo Dilma. A eventual concretização dessas delações poderia implicar de forma definitiva os últimos governos petistas nos escândalos recentes, reduzindo drasticamente as chances de uma candidatura petista competitiva para as eleições presidenciais de 2018.
A mídia especula, ainda, que o empresário, já preso há quase 1 ano, Lúcio Funaro, também estaria negociando um acordo de delação premiada. Segundo a mídia, Funaro teria estreitos laços com a cúpula do PMDB, e poderia trazer a tona novos episódios, além de provar atos que estão sendo investigados. De acordo com o que está sendo reportado hoje na mídia, Funaro teria condições de implicar de forma ainda mais concreta o envolvimento da cúpula do atual governo em relações espúrias entre o meio empresarial e o meio político.


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