Estabilização do humor externo. Brasil: governo supera mais um obstáculo.

Os ativos de risco estão dando sinais de estabilização, após uma breve correção nos índices de bolsa dos EUA e da Europa. Ainda vejo a agenda econômica desta semana como determinante para a dinâmica dos ativos de risco durante o verão no hemisfério norte, período sazonalmente marcado por volatilidades mais baixas e liquidez idem.
Hoje, destaque para o PPI. Amanhã teremos o Core CPI, Retail Sales e decisão do FOMC. Está agenda é capaz de testar o ambiente atual de “goldilocks” ou manter o ambiente tranquilo para as próximas semanas.
No Brasil, destaque hoje para as Vendas no Varejo. O mercado já espera um número negativo, mas vemos riscos baixistas para esta divulgação.
No final da tarde de ontem, o PSDB anunciou que, por ora, permanecerá na base do governo. A decisão foi tomada visando manter a agenda de reformas e em busca de apoio do PMDB para as eleições de 2018. A posição do PSDB será reavaliada diariamente.
Passado o processo no TSE e, agora, com menos uma pressão iminente do mais importante partido aliado de sua base, o Governo Temer ganha tempo de reação, reduzindo, marginalmente, o “risco de cauda” de curto-prazo.
Já é amplamente esperado que a PGR irá abrir um inquérito contra Temer. O Governo já trabalha para barrar as investigações na Câmara, onde a PGR precisaria de maioria para dar andamento ao inquérito/processo.
Enquanto isso, a equipe econômica continua trabalhando em torno das reformas e de uma mínima agenda econômica. A mídia reporta que existe pressão de alas do governo para uma agenda positiva, visando o ajuste da tabela do IR, um novo Refis, entre outras medidas. A Fazenda é contrária a algumas dessas medidas, mas trabalha na direção de uma agenda que visa o emprego, a renda e uma recuperação do crescimento.
A pesquisa Focus realizada pelo BCB mostrou recuo das expectativas de inflação para 2018. As expectativas para o PIB voltaram a cair. O ambiente continua extremamente propício a queda da Taxa Selic, em um movimento que ainda não me parece totalmente precificado pelo mercado.
Continuo gostando de posições aplicadas na parte curta da curva nominal de juros. Existem estruturas de opção com bom risco/retorno para este cenário. Acho imprescindível manter hedges via estruturas altistas de dólar e compra de inflação implícita na parte intermediária da curva. No externo, gosto de posições tomadas na Treasury, mas com hedges via puts de S&P.



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