The rally is over?

Após uma queda de 5% no preço do Petróleo ontem, uma segunda-feira de pouca liquidez devido aos feriados na maior parte dos principais centros financeiros do mundo, os ativos de risco estão retornando do final de semana prolongado com viés mais negativo, com as bolsas e commodities em queda, o dólar forte, em especial contra as moedas EM, e com uma nova rodada de pressão sobre os ativos emergentes.

A divulgação dos dados de balança comercial da China de setembro pode ser identificado como o principal trigger para o mau humor dos mercados esta manhã. A despeito de uma recuperação das exportações, que saíram de -5,5-% YoY para -3,7% YoY, acima das expectativas de -6% YoY, as importações caíram de -13,8% YoY para -20,4% YoY, abaixo das expectativas de -16% YoY. O número mostra uma economia ainda fragilizada, sem sinais consistentes de estabilização.

A agenda do dia será esvaziada no Brasil e nos EUA, com destaque para a temporada de resultados corporativos nos EUA. Hoje teremos como destaque os resultados da J&J, JPM e Intel.

Minha visão continua sendo de que estávamos passando por um rally cíclico (“bear market rally” ?), liderado por um ajuste de preços e posições, em meio a um ambiente estrutural ainda desafiador. Ainda não via (e não vejo) motivos para alterar a visão cautelosa com relação a China e aos demais países emergentes. Os dados de importação da China divulgados hoje reforçam essa visão. Ainda me parece cedo para afirmar que este momento positivo tenha ficado para trás, mas o movimento do petróleo ontem, e dos demais ativos de risco esta manhã, elevam a probabilidade que o período ciclicamente mais positivo tenha ficado para trás. Meu viés ainda é manter uma visão cauteloso/negativa com relação aos países emergentes. Ainda vejo um cenário positivo para os EUA e a Europa, mas vejo os ativos dessas regiões, em especial suas bolsas, operando em ranges. Exceto por uma temporada de resultados corporativos muito positiva, me parece que estamos próximos a banda de cima de algumas classes de ativos, como o S&P500, por exemplo.

Os ativos locais devem seguir o humor global a risco, mas com uma crescente contribuição do cenário político. O impeachment entrou definitivamente na pauta do governo, do congresso e da sociedade (atrás da mídia) o que pode acabar gerando uma nova rodada de incerteza aos ativos locais, pelo menos temporariamente.

Gostaria de mostrar aqui a última pesquisa de posição técnica dos ativos de risco promovida pela Merril Lynch, uma das mais completas e respeitadas pelo mercado:

3 Oct FMS takeaways
1. Investors are still long cash & short risk, but further upside to risk assets now constrained...FMS shows neither recession expectations nor an UW in stocks. 2. Fatigue in oil, HSCEI, EM FX would signal rally over, strength in DM industrials that rally has legs. 3. Long CRB, EM resources/FX & short cash = best trade for cyclical bulls; long gold, staples & short DM banks/discretionary = best trade for policy failure bears.
On macro, policy & corporate balance sheets
Global growth expectations at lowest level since July'12, but stabilize after big Sept drop as China prospects improve; sharp rise in investors saying macro "late-cycle" & fiscal policy "restrictive"; corporate balance sheets most over-levered since Sept'09; more investors now want lower debt rather than buybacks & dividends.
On risk, cash & asset allocation
BofAML Risk Index bounces as "tail risk" from China dropped sharply (54% to 39%); cash fell to 5.1% from 5.5% last month (still a tactical "buy signal"); cyclical bias remains long discretionary, Eurozone, banks, tech & short EM, resources, commodities (Exhibit 1).
Oct FMS extremes
"Short EM equities" now most "crowded trade"; GEM FX most undervalued since Mar'13; OW in industrials down to 3-year low; allocation to bonds at 29-month high; 54% of allocators long Eurozone stocks; 2nd largest jump ever in exposure to UK stocks; 3rd highest ever say gold "undervalued".
Oct FMS contrarian trades
Long EM-short Europe; long industrials-short banks; long energy-short tech; long staples-short telcos.

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