Sinais de "risk-on".
Na ausência de novidades relevantes no
cenário, os ativos de risco estão apresentando uma melhora de humor esta manhã,
com sinais de um movimento de “risk-on” mais generalizado. Uma mistura de
posição técnica favorável, dados econômicos sinalizando para um crescimento global
saudável e a sensação de que uma alta de juros por parte do Fed não trará uma
ruptura aos ativos de risco podem estar ajudando a dar suporte ao humor dos
mercados nas últimas horas.
A agenda do dia será agitada. Nos EUA, teremos ECI, Personal Income &
Spending, Core PCE, Chicago PMI e Michigan Confidence. A agenda do Brasil será esvaziada enquanto na Europa teremos a Taxa de Desemprego e o
CPI Estimate como destaques desta sexta-feira.
No Japão,
o BoJ manteve sua política monetária estável. O Core CPI ficou estável em -0,1%
YoY em setemrbo, com o Tokyo Core CPI permanecendo estável em -0,2% YoY em
outubro. A taxa de desemprego se manteve em 3,4% em setembro, com o Household
Spending saindo de 2,9% YoY para -0,4% YoY. Os números ficaram basicamente em
linha com as expectativas, mostrando um cenário de inflação perigosamente baixa
e um crescimento com enormes barreiras para avançar de maneira mais robusta.
No Brasil,
o cenário político ainda se mostra conturbado. O impeachment voltou à pauta de
discussão do Congresso e da mídia. As Operações da PF e MPF continuam cercando
importantes figuras do atual e do antigo governo do PT, em meio a um cenário
econômico tenebroso, com recessão e inflação alta. As contas públicas aparentam
melhora marginal, mas sua abertura mostra que grande parte desta melhora é
fruto do atraso de alguns pagamentos obrigatório que, mais cedo ou mais tarde,
voltarão a afetar negativamente os números. O mercado começa a se preocupar com
o balanço dos bancos, com o resultado do Bradesco, divulgado ontem, sendo
recebido com enorme ceticismo por parte dos investidores. Exceto por uma
dinâmica negativa da bolsa, o BRL e a curva de juros vem mantendo-se em ranges sem mostra uma tendência mais
clara. Ainda tenho um viés mais negativo, mas acho prudente respeitar o price-action, se posicionando de maneira
mais moderada até que a dinâmica de preços comece a refletir de forma mais
clara a deterioração adicional de cenário. Minha visão será alterada caso
observe uma melhora substancial do quadro político, que possa vir a trazer um
avanço concreto no cenário econômico.
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