Dia de ajustes.
A quinta-feira foi um dia clássico de ajustes de posições as
vésperas da divulgação dos dados de emprego de setembro nos EUA, com alguma
volatilidade intraday mas sem movimentos expressivos (para o padrão de
curto-prazo) na maioria das classes de ativos.
Brasil – O cenário político permaneceu na linha
de frente das notícias, com Eduardo Cunha ganhando as manchetes das
investigações do MPF, e o potencial recebimento de dinheiro proveniente do
escândalo da Petrobrás para o financiamento da campanha para presidente por
parte do PT em 2014. O TCU anunciou que deverá dar um parecer final em relação
as contas do primeiro mandato de Dilma no dia 7 de outubro, o que será um
evento extremamente relevante para a governabilidade do país nos próximos anos.
Os eventos recentes mostram que Lula voltou a dar as cartas na articulação
política do governo, o que pode vir a ajudar, pelo menos momentaneamente, a sobrevida
do atual governo. Finalmente, há rumores de que novas medidas de ajuste fiscal
possam ser implementadas para cobrir um eventual rombo da não aprovação da
CPMF. Em linhas gerais, vemos alguns sinais mais positivos no curto-prazo, o
que pode trazer algum alívio temporário adicional aos ativos locais.
A curva local de juros precifica cerca de 200bps de alta de
juros nas próximas reuniões do Copom. A curva apresentou forte flattening nos últimos dias. Acredito
que o BCB possa fazer um ajuste fino na Selic (25bps? 50bps?), apenas para
reancorar as expectativas de inflação. Contudo, por hora, ainda não vejo espaço
para um novo ciclo prolongado de alta de juros no país. Eu vejo espaço para
alguma consolidação do BRL nos atuais níveis 3,9-4,1.
EUA – O Jobless Claims se manteve nos níveis
mais baixos desde 2007. O ISM Manufacturing caiu de 51,1 para 50,2 pontos em
setembro, levemente abaixo das expectativas de 50,6. Os dados preliminares de
vendas de veículos para setembro apontam para um novo recorde recentes de
vendas. Em suma, continuamos a ver uma dicotomia entre uma demanda interna
robusta, sustentada por um mercado de trabalho saudável, e um setor
manufatureiro pressionado por uma demanda externa fraca e um dólar forte.
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