Brasil: Riscos de cauda ainda presentes.

Estamos observando uma nova rodada de pressão sobre as commodities, assim como uma pressão negativa sobre as moedas emergentes. Esta trajetória teve início após a divulgação dos dados de atividade econômica na China de setembro, na madrugada de domingo, e parece evoluir para uma tendência de curto-prazo. Enquanto isso, a bolsa dos EUA continua reagindo positivamente a temporada de resultados corporativos locais, com as taxas de juros do país abrindo taxas nos últimos dias em resposta a dados de crescimento interno (setor imobiliário, em especial) mais positivos. Começa a de desenvolver, assim, um ambiente de diferenciação, onde a “nova China” reduz os riscos de cauda da economia global, mas não deixa de afetar os setores dependentes da “velha China”, ao mesmo tempo em que o economia interna dos EUA ajuda a sustentar um crescimento que vem sendo pressionado pelos ventos contrários de um dólar mais forte e de um setor externo mais fraco. Neste cenário, podemos ter diferenciações mais claras entre classes de ativos e regiões, como essas que temos observado ao longo desta semana (bolsas nos EUA e Europa OK, dólar mais forte, nova pressão sobre as commodities metálicas, abertura de taxa de juros nos EUA e etc). É natural, contudo, que, pontualmente, períodos de “risk-on/risk-off” venham a afetar os mercados globais.

A agenda do dia será esvaziada nos EUA. No Brasil, destaque para o IPCA e para a decisão do Copom, Esperamos alta de 0,7% para o IPCA, com claros riscos altistas. Espero que o Copom mantenha os juros estáveis e não promova alterações em seu comunicado após a decisão.

O cenário para o Brasil pode entrar em uma nova e perigosa fase, caso o que esta sendo ventilado na mídia seja confirmado. A meta fiscal para 2015 pode ser revisada para algo em torno de 1% de déficit e o governo já busca meios de flexibilizar a meta de 2016. Além disso, a oposição entrará com um novo e mais completo pedido de impeachment hoje, que pode vir a ser acatado por Eduardo Cunha. Reforço minha visão mais negativa em relação ao país no curto-prazo. 

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