Copom.
Os ativos de risco estão abrindo o dia próximos a estabilidade, após uma noite mais positiva para as bolsas da China. Na agenda do dia, o destaque ficará por conta da decisão do EBN na Europa. Alguns poucos esperam uma atuação de Draghi já nesta reunião, o que seria visto como positivo mas surpreendente (positivamente). O cenário central, contudo, é que o ECB prepare o mercado para que novas medidas de suporte ao crescimento e a inflação sejam tomadas no curto-prazo, caso o cenário não mostre um avanço na direção de um crescimento mais robusto e uma inflação ascendente. Nos EUA, o Jobless Claims irá ajudar a delinear o cenário para o mercado de trabalho local.
Na noite de ontem, no Brasil, como era amplamente esperado, o BCB manteve a taxa Selic estável. Contudo, ao contrário do que eu imaginava, mas em linha com o que vinha sendo ventilado na mídia nos últimos dias, o Copom alterou o comunicado após a decisão, indicando que a convergência da inflação para o centro da meta será alcançado em um prazo mais longo do que até o final de 2016. A decisão é amplamente compreensível no atual cenário de inflação acima de 10% e forte pressão sobre o crescimento. Contudo, em um governo sem qualquer credibilidade, abandonar o modelo atual de metas de inflação pode ser uma estratégia arriscada. Espero a continuidade do movimento de steepening da curva de juros e acredito que a parte longa da curva, a longo-prazo, não irá responder positivamente a esta decisão.
Para ajudar ainda este humor mais desafiador, os jornais dão como certo hoje que a meta fiscal de 2015 deverá apresentar um rombo da ordem de R$55 bilhões. Parece que irão utilizar um cronograma de pagamentos de “pedaladas” que irá evitar que este rombo seja ainda maior. Por hora, segundo os jornais de hoje, o governo ainda irá manter a meta de superávit de 0,7% para 2016, um alento em meio a um mar de notícias ruins.
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