Commodities novamente em foco.
O dia foi marcado por uma nova rodada de dados econômicos mais
fracos nos EUA, o que reduziu a
previsão de PIB para o 3Q para abaixo de 1%. O menor crescimento da economia
norte americana coloca em xeque a possibilidade do começo de um processo de
alta de juros ainda este ano no país. No Brasil,
o governo confirmou que o déficit fiscal primário para 2015 deve ficar em torno
de R$52 bi, sem levar em conta o pagamento das chamadas “pedaladas”. O número é
um tanto quanto negativo, mas em linha com o que vinha sendo ventilado na mídia
nos últimos dias. Agora, resta saber qual será a postura adotada pelo governo
para o anúncio da meta de 2016.
Em relação aos ativos de risco, o destaque permaneceu por conta da
pressão sobre o petróleo, que caiu mais de 2% ao longo do dia. O movimento do
petróleo foi seguido por uma pressão sobre as moedas dependentes de
commodities, como AUD, CAD, RUB, COP e etc. Me impressiona como o mercado
“atropelou” completamente o anuncio de queda de juros e compulsório anunciados
pela China na semana passada. Em
outras palavras, o mercado deixou se ler a injeção de liquidez por parte de
alguns bancos centrais como um vetor inequivocamente positivo para os ativos de
risco em geral. O cenário prospectivo para o crescimento global passou a
importar, e as perspectivas são de um crescimento saudável, porém
estruturalmente mais baixo. Além disso, os problemas estruturais enfrentados
por alguns países levarão alguns anos para serem ajustados. Assim, um cenário
de expansionismo monetário atua apenas para suavizar o processo de ajuste.
Brasil – Os dados de crédito divulgados pelo BCB
para setembro mantiveram as tendências recentes, ou seja, arrefecimento das
concessões e aumento das taxas de juros. Os spreads, contudo, caíram, enquanto
a inadimplência permaneceu surpreendentemente baixa.
O BRL vem operando com pouca liquidez e elevada volatilidade intraday, por hora, mantendo-se em torno
de 3,85-3,95. Ainda vejo um dólar mais apreciado contra o real, mas temos um
risco com a decisão do FOMC agendada para amanhã. A curva de juros apresentou
um bull flattening, com a inclinação
do jan21/jan17 saindo de 65bps a poucos dias atrás, para em torno de 50bps nos
últimos dias. Estou ansioso para ler a Ata do Copom, mas a curva longa me
parece apresentar prêmio pequeno em relação a parte curta da curva se
considerado os riscos fiscais e de política monetária. Entendo que o cenário
global vem apresentando mais uma rodada de forte fechamento de taxas nas economias
desenvolvidas (vide gráfico abaixo), o que tem ajudado (pontualmente) o humor
para esta classe de ativo. A bolsa, por sua vez, viu o setor de commodities
sofrer em conjunto com o movimento global.
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