Ajustes de posições continuam.

Não há nada de fundamentalmente novo nesta quarta-feira que mereça destaque especial. O dólar continua fraco em grande parte do mundo, na esteira dos fracos dados de emprego divulgados pelos EUA no final da semana passada. O petróleo manteve trajetória de alta, dando suporte as commodities. O movimento no dólar, nas commodities e em parte dos ativos emergentes parece um movimento clássico de ajustes de posições (short squeeze), após um período rápido e acentuado de melhora dos ativos de risco nos últimos dias.

No Brasil, o ajuste no mercado de renda fixa e câmbio acabou sendo um dos mais relevantes se comparado aos movimentos verificados ao redor do mundo. Como os ativos locais tinha sido os maiores prejudicados nos últimos meses, é natural que sejam os ativos que melhorem mais, e mais rapidamente, nestes períodos de ajustes. A curva de juros já precifica “apenas” 15bps de alta na próxima reunião do Copom, mas ainda um ciclo adicional de cerca de 150bps de alta de juros. O dólar voltou ao patamar de 3,85, nível de começo de setembro, e abaixo dos 3,9 utilizados pelo BCB no seu último RI.

Os dados da ANFAVEA mostram uma pressão ainda disseminada no setor automotivo em setembro, enquanto o Índice de Mercado de Trabalho da FGV sugere deterioração adicional do mercado de trabalho. Em suma, o cenário para crescimento ainda é desolador e sem nenhum sinal de estabilização.

Nos EUA, a balança comercial de agosto apresentou forte déficit de US$48b, o que levou a novas revisões baixistas para o PIB do 3Q. Parece que estamos migrando para mais um período de crescimento positivo, porém moderado, da economia norte americana, o que justifica a postura mais cautelosa por parte do Fed.


No Japão, teremos reunião do BoJ. O anuncio de medidas de estímulo já nesta reunião será vista como uma surpresa positiva pelo mercado.

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