China fear is over? Risk-on?
Refletindo uma melhora de humor em relação à China, em uma quinta-feira de alta superior a 2% nas bolsas locais, os ativos de risco estão operando com tom positivo esta manhã, com destaque para o dólar fraco no mundo, a alta nas bolsas e nas commodities, exceto pelo petróleo que, após a divulgação de um forte acumulo de estoques na noite de ontem, opera sobre pressão. Os ativos emergentes voltaram a operar em direção positiva.
Na agenda do dia, o destaque ficará por conta do Jobless Claims e Core CPI nos EUA.
Eu continuo com dificuldades em ver uma desaceleração global coordenada como positiva para os ativos de risco. Contudo, entendo e respeito os movimentos de curto-prazo, até porque acredito que precisamos diferenciar o risco de uma recessão ao redor do mundo, o que será inequivocamente negativo para os mercados globais, de uma desaceleração branda e cíclica, que teria o caráter temporário e poderia ser compensada por medidas de estímulo pelos principais bancos centrais ao redor do mundo. Por hora, a leitura do mercado está sendo esta última, o que tem ajudado a dar suporte aos ativos de risco de maneira geral.
Brasil – Os ativos brasileiros devem seguir a dinâmica externa, mesmo com um cenário local único. O jornal traz a informação de Cunha estaria negociando um “cessar fogo” junto ao governo. O presidente da Câmara gostaria de manter seu mandato, enquanto o governo busca saídas para evitar o avanço de um processo de impeachment. De acordo com um artigo da Foha,
Juristas que conversaram com ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) nesta quarta (14) concluíram que não há dúvidas na corte de que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ainda tem poderes para dar andamento a um pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff se quiser. Nesta terça (13), em decisões de caráter provisório, os ministros Teori Zavascki e Rosa Weber proibiram Cunha de aplicar regras que ele criou para encaminhar as denúncias e que não são previstas pela lei que define os crimes de responsabilidade e pelo regimento interno da Câmara. As decisões tornaram inviável a manobra que a oposição tinha planejado executar com Cunha. O plano previa que ele rejeitaria uma das denúncias apresentadas contra Dilma e os deputados em seguida recorreriam ao plenário, para reverter a decisão e deflagrar o processo de impeachment sem que Cunha ficasse associado à iniciativa. Apesar do veto do Supremo às novas regras propostas pelo presidente da Câmara, nada impede que Cunha siga à risca o que está estabelecido na lei dos crimes de responsabilidade e no regimento interno da Câmara,e decida monocraticamente sobre o impeachment. Por essa razão, aliados de Cunha e integrantes do governo e da oposição avaliam que, mesmo depois que o STF inviabilizou a estratégia que ele planejara com a oposição, o deputado conservou poder suficiente para negociar ao mesmo tempo com o governo e seus opositores.
Em uma entrevista ao mesmo jornal, o resposável da agência S&P para LatAm afirma que o governo brasileiro deveria deixar de intervir no câmbio, já que a estratégia estaria sendo muito custosa em termos fiscais. Para ele, o câmbio deveria ir a $5:
"A venda de swaps não é sustentável. Traz perda de dinheiro e a perda não se reflete no deficit primário, mas no deficit total, porque o custo dos juros no pagamento da dívida mais o custo da intervenção atingiram 8% do PIB. É muito alto", diz Cottani. O economista afirma que a política monetária do país atingiria um equilíbrio quando o dólar passar a valer R$ 5 –hoje está a R$ 3,85. "Durante a expansão econômica, o Brasil foi muito complacente e deixou o real se valorizar mais do que deveria", diz.
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