EUA: Liquidação...
A divulgação de vendas no varejo fracas em setembro nos EUA, em conjunto um PPI que voltou a
mostrar completa ausência de inflação no país, acabou levando a um forte
movimento de “liquidação” de ativos norte americanos. Os trackings para o PIB do 3Q já apontam para um crescimento em torno
de 1% no trimestre, patamar que pode ser considerado pífio. As expectativas
para uma potencial alta de juros no país já migraram completamente para o
primeiro semestre de 2016. A quarta-feira foi marcada por um forte movimento de
queda do dólar, queda das bolsas do país e fechamento de taxas de juros, com a
Treasury 10 anos testando níveis abaixo de 2%. Além disso, a temporada de
resultados corporativos continua pouco animadora, com destaque para um “profit warning” da Wal-Mart que levou a
uma queda em torno de 10% de suas ações.
Na minha visão, um cenário de desaceleração global coordenada
não deve ser estruturalmente positivo para os países emergentes (e muito menos
para os ativos de risco), que além de resolver seus problemas estruturais,
precisam da demanda global para ajudar na travessia deste processo. Em relação
as bolsas norte americanas, precisaremos de uma melhora de perspectiva para o
setor corporativo para justificar os atuais patamares dos índices. Caso a
temporada de resultados corporativos siga na mesma toada do que verificamos
nestes primeiros dias, poderemos ver as bolsas testarem novamente as bandas de
baixo dos ranges recentes (como o
1850-2000 do S&P500).
O Brasil continua em uma convulsão política. As vendas no varejo
de agosto apresentaram queda de 0,9%, caindo 6,9% em relação ao mesmo período do
ano passado, abaixo das expectativas do mercado. Segundo nossa área econômica,
a PMC foi pior que o esperado pelo
mercado, sugerindo a continuidade da deterioração do consumo nas variações
interanuais (veja a nossa proxy de consumo abaixo). Mercado de trabalho
(aumento do desemprego e queda no rendimento real), baixa confiança do
consumidor, aperto nas condições de concessão de crédito sugerem deterioração
adicional do consumo nos próximos meses.
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