A espera do Payroll nos EUA.
Na espera dos dados de emprego de setembro nos EUA, que serão divulgados hoje as 9h30, os ativos de risco operam com viés positivo, mantendo uma tendência que vem sendo regra durante grande parte da segunda metade desta semana. Na minha visão, há vetores mais positivos de curto-prazo, em especial no tocante a China (sinais de estabilização do crescimento, novas medidas de suporte a economia, maior controle sobre o CNY e as taxas locais de juros e etc), que justificam a continuidade de um humor mais positivo para os ativos de risco. Contudo, esta “mini” tendência só será continuada caso os dados de emprego nos EUA mostrem um quadro de mercado de trabalho saudável. Ou seja, nem muito fraco, o que poderia gerar o receio de uma desaceleração da economia, levando a uma pressão nas bolsas, no dólar e nas taxas globais de juros, e nem muito forte, deixando a sensação de um Fed “behind the curve”, o que levaria a uma forte abertura de taxas de juros, acentuada alta do dólar e, consequentemente, pressão sobre as bolsas globais e os ativos emergentes. Em suma, estou com um viés levemente mais positivo, mas condicionada aos dados de hoje estarem relativamente em linha com as expectativas.
No Brasil, teremos a PIM como destaque, onde o mercado espera uma queda de 1,6% MoM em agosto. O governo deverá anunciar a reforma ministerial na manhã desta sexta-feira, e tudo indica que o PMDB deverá ganhar espaço neste novo ministério, em uma última tentativa de impedir a continuidade de um eventual processo de impedimento de Dilma. Eu ainda vejo um quadro político e econômico desafiadores. Acredito que o governo possa sim ganhar algum tempo com as medidas recentes, o que poderia ajudar os ativos locais a se estabilizarem em torno dos atuais níveis (talvez levemente melhores). Contudo, existe um risco razoável de Dilma e Cia. serem atropelados pelas investigações da Operação Lava Jato e pela decisão do TCU, que deverá ocorrer na semana que vem.
A agenda na Europa foi esvaziada esta manhã. No Japão, a taxa de desemprego passou de 3,3% para 3,4% em agosto como o Household Spending saindo de -0,2% YoY para 2,9% YoY. Os números não alteram o cenário ainda preocupante para o crescimento de curto-prazo do país.
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