Consolidação...
A semana teve início sem movimentos relevantes, no que eu
considero ter sido um dia de consolidação, ou digestão, após uma segunda metade
da semana passada carregada de informações relevantes (ECB, PBoC). Ao longo do
dia de hoje, eu destacaria alguns movimentos específicos: (1) O petróleo (WTI)
que atingiu o nível mais baixo desde fins de agosto e (2) a ausência de um
movimento mais acentuado e coordenado de “risk-on”
após o anuncio de corte de juros e compulsório na China.
No Brasil, a
Confiança do Consumidor da FGV caiu de 76,3 para 75,7 pontos em outubro, o
menor nível da série histórica. O número reforça o cenário extremamente
desafiador para o crescimento da economia local. As previsões de crescimento
para este ano continuam com retração de 3% do PIB, com uma retração adicional
em torno de 2% a 3% no ano que vem, segundo alguns especialistas. Nosso número
oficial é de -1,7% para 2016, mas com claro viés baixista. Eu ainda não vejo
motivos concretos para alterar o cenário negativo para o país e seus ativos.
Espero a manutenção de uma volatilidade elevada e de novas rodadas de pressão
sobre os ativos locais. Minha visão será alterada caso ocorra uma mudança
substancial no cenário político local, ou uma mudança expressiva do cenário
externo. Por hora, nenhum desses eventos parece apresentar probabilidade alta.
Nos EUA, após uma
sequência de números positivos para o setor imobiliário, o New Home Sales
apresentou inesperada queda de 11,5% em setembro, saindo de 529 mil para 468
mil, abaixo das expectativas de 550 mil. Este número é volátil e representa uma
parcela pequena do universo imobiliário do país. Assim, por hora, parece cedo
alterar o cenário ainda positivo para o setor. A reunião do FOMC será o grande
evento da semana. O Comitê deverá manter sua política monetária estável, mas
promover algumas alterações marginais em seu comunicado. Na minha visão, é cedo
para o Fed se comprometer com qualquer cenário para sua política monetária em
dezembro. A precificação do mercado, em torno de 40% de probabilidade de uma
potencial alta de juros em dezembro, olhando de hoje, parece justa.
Na Alemanha, o IFO –
um dos principais indicadores de confiança de toda a Europa – caiu de 108,5
para 108,2, se mantendo nos níveis mais elevados desde início de 2014. O
cenário de crescimento da região, a despeito de uma leve desaceleração pontual,
continua apontando para uma economia saudável. A postura mais agressiva do ECB
na semana passada deveria ajudar a colocar algum suporte aos ativos europeus,
como a bolsa e os bonds da região,
com uma pressão baixista sobre o EUR.
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