EUA: Emprego decepcionante.
Os dados de emprego dos EUA de setembro foram uma grande decepção,
não apenas pela criação de “apenas” 142 mil postos de trabalho no mês, mas como
também pelas revisões negativas dos meses anteriores, pelos fracos números de
rendimentos e por mais uma queda da taxa de participação. O número reduz
expressivamente a probabilidade de uma alta de juros este ano por parte do Fed,
o que já foi devidamente ajustado na curva de juros norte americana.
Em um ambiente global fragilizado, especialmente pela economia
da China e dos demais países emergentes, a fraqueza do emprego nos EUA será
lida como mais uma evidência de fraqueza da economia mundial. Em outras
palavras, o mercado terá uma leitura de que o cenário de crescimento global já
começa a contaminar a economia dos EUA.
A reação dos ativos de risco deverá ser negativa (como está
sendo até o momento), com um movimento clássico de “risk-off” dos mercados. Para que este cenário seja revertido,
precisaremos do acumulo de evidências de que a desaceleração global seja apenas
pontual, ou uma reação mais agressiva por parte dos bancos centrais ao redor do
mundo, em especial naqueles países cujo o crescimento se mostra mais
fragilizado e inflação perigosamente baixa, tais como Europa, Japão, Commodity
Bloc e etc. Caso tenhamos uma reação mais expressiva dos bancos centrais nas
próximas semanas, ou se ficar claro que uma reação irá ocorrer, poderemos ter
uma mudança de dinâmica. Por hora, domina a visão de uma economia mundial em
desaceleração, com riscos provenientes da China e dos países emergentes. O
retorno de um crescimento mais saudável é o ponto chave para a saída do atual
cenário.
O momento continua extremamente complexo para posições
estruturais relevantes. Minha compra de dólar contra uma cesta de moedas foi
praticamente zerada, para uma reavaliação mais precisa do cenário. O meu viés
de curto-prazo torna-se mais negativo, até que os vetores acima citados sejam
observados. As bolsas globais parecem estar na banda de baixo de alguns ranges
relativamente largos, mas sem tendências definidas. O mesmo vale para o USD no
mundo. O curto-prazo parece favoreces posições long bonds (receiving rates),
enquanto os sinais para as commodities continuam mais negativos
estruturalmente, a despeito de sinais cíclicos mais positivos (estímulos na
China).
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