Risk-on!
A segunda-feira foi marcada por um movimento clássico de “risk-on”, mantendo as tendências
pós-Payroll e sustentando os ganhos verificados pela manhã.
Os dados econômicos divulgados neste começo de semana apontam
para um crescimento global ainda saudável, a despeito de algum arrefecimento
(aparentemente pontual). O ISM Non-Manufacturing de setembro nos EUA saiu de 59 para 56,9 pontos, apenas
levemente abaixo das expectativas de 57,5 pontos. O Labor Market Condition
Index, coletado pelo Fed, ficou estável em setembro, abaixo das expectativas de
alta de 1,4. Na Europa, os números finais dos PMI´s Services ficaram em
linha com as suas prévias, mantendo-se em um patamar saudável de expansão, a
despeito de um arrefecimento marginal. As vendas no varejo de agosto, na Área
do Euro, ficaram estáveis, com crescimento de 2,3% YoY, em linha com as
expectativas. Continuam se acumulando evidências de que o BoJ, no Japão, e o
ECB, na Europa, tenham que anunciar novas medidas de expansão monetária mais
cedo do que tarde. Os mercados na China
seguem fechado devido a um feriado local, o que também pode estar ajudando o
humor global a risco.
Neste ambiente, e com o aumento da probabilidade de novas
medidas de estímulo por parte do BoJ e do ECB, os ativos de risco estão
reagindo positivamente as notícias recentes. Vale a pena destacar, também, que
os ativos de risco pareciam tecnicamente posicionados para um cenário negativo,
com vários indicadores de risco em níveis historicamente condizentes com um
potencial rally de curto-prazo. A
sustentação destes movimentos positivos está condicionada a um crescimento
mundial ainda saudável. Caso vejamos sinais de uma desaceleração mais acentuada
da economia mundial e, em especial, nos EUA este rally de curto-prazo acabará sendo descaracterizado/invertido.
Brasil – O Markit Services PMI caiu de 44,8 para
41,7 pontos, reforçando os sinais de uma aguda recessão no país. As
expectativas de inflação para 2015 e 2016 mostraram deterioração adicional, mas
as expectativas de 2017, 2018 e 2019 mostraram estabilidade, o que pode ser
visto como uma vitória momentânea por parte do BCB. A manobra jurídica
anunciada pela AGU deve atrasar a decisão do TCU em pelo menos 2 semanas, dando
um tempo adicional ao governo para trabalhar em sua defesa, especialmente
perante ao congresso.
Os ativos locais já apresentaram uma expressiva melhora nos
últimos dias. A curva local de juros precifica altas de juros adicionais em
torno de 150bps nas próximas reuniões do Copom. O FRA de 2016 e 2017 mostram
juros a 15,65%. O BRL saiu de 4,25 para 3,90 e o Ibovespa subiu de 44,000 para
47,500 pontos. Não podemos descartar novas rodadas de descompressão de prêmios
de risco caso o cenário externo consiga permanecer mais estável por um período
mais prolongado de tempo, mas precisamos lembrar que o cenário político local
ainda é um tanto quanto desafiador nas próximas semanas, em um ambiente
econômico ainda fragilizado.
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