Fed em Foco.
A quarta-feira foi basicamente dois dias distintos para os
mercados financeiros globais. Primeiro, antes da decisão do FOMC, o dia foi
marcado por um “risk-on” generalizado, na expectativa de que o Fed poderia
reduzir ainda mais as expectativas para o começo de um processo de alta de
juros ainda este ano nos EUA. O comunicado do FOMC, contudo, apresentou
pequenas, porém importantes modificações. Uma alta de juros em dezembro ainda
está longe de ser uma certeza, mas o Fed deu sinais claros de que uma alta de
juros ainda este ano ainda é possível.
A sinalização por parte do Fed ajudou a dar suporte as taxas de
juros nos EUA, com reflexos diretos no dólar ao redor do mundo. Eu vejo a
decisão do Fed como acertada. Deixar o mercado “desprecificar” completamente
uma alta de juros nos próximos 3 a 6 meses poderia gerar uma volatilidade
adicional desnecessária quando o momento para uma alta de juros voltasse a ser
pertinente. Espero um aumento da volatilidade dos ativos de risco. O dólar no
mundo deveria ganhar algum suporte, assim como as taxas de juros nos EUA. Não
vejo um cenário necessariamente negativo para as bolsas dos países
desenvolvidos, mas certamente a sinalização adiciona um componente de incerteza
a mais ao cenário. Os países emergentes podem voltar a ser foco de
volatilidade, com os países cujo os fundamentos são mais frágeis podendo sofrer
novas rodadas de pressão negativas.
Os ativos no Brasil basicamente seguiram o humor global, a
despeito de fatos novos relevantes para o cenário, como o aumento da
probabilidade de avanço do processo de impeachment e um cenário fiscal
extremamente desafiador para este e para o próximo ano. Continuo negativo com o
cenário local, esperando novas rodas de alta do dólar e pressão na parte longa
da curva de juros.
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