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Os ativos de risco operam próximos a estabilidade, sem grandes movimentações, na espera de uma sexta-feira de agenda relevante.
As atenções do dia estarão voltadas para o IPCA de julho no Brasil e para os dados de emprego nos EUA. Ambos têm a capacidade de ditar a dinâmica de curto-prazo dos ativos de risco de maneira substancial.
Brasil – Após passar uma mensagem clara durante o dia, o BCB aumentou o ritmo da rolagem de swaps cambiais. Mantido a postura anunciada para os leilões de hoje, o BCB irá rolar a totalidade dos swaps que vencem ao longo do mês. A postura mostra desconforto com a rápida e acentuada depreciação da moeda nas últimas semanas. A postura do BCB deveria, no mínimo, dar algum suporte ao BRL no curto-prazo, evitando, ao menos, um movimento de ruptura da moeda. Como a dinâmica do câmbio vinha ditando o humor do mercado de juros, é natural esperar algum tipo de consolidação também neste mercado. Contudo, devido ao conturbado cenário político local, estes movimentos devem ser vistos como pontuais e localizados. Uma melhora substancial e persistente dos ativos locais irá demandar a redução das incertezas no campo político.
Durante o programa eleitoral do PT na noite de ontem, como era amplamente esperado, a população de grande parte do pais promoveu um grande “panelaço” contra o governo. Chama a atenção o fato das vaias terem se intensificado nas falas de Dilma e Lula, mostrando o que as pesquisas de opinião já vinham apontando, ou seja, uma baixíssima popularidade do PT, de Dilma e de Lula.
Housekeeping: O momento me parece ser de parcimônia, mantendo posições pequenas no geral, ajustando aos níveis de preço que o mercado atingiu, e a volatilidade do mesmo. Continuo sem ter grandes convicções direcionais no mercado de renda variável. Acredito que o dólar tenha exagerado o movimento no curto-prazo. Entendo que a tendência ainda é de alta, os fundamentos apontam nessa direção e o mercado parece “leve” na compra do USDBRL. Falar em um target em torno de 3,8-4,0 no médio-prazo não parece ser fora da atual normalizada. Contudo, no curto-prazo, reduziria a posição comprada em dólar de forma expressiva, buscando manter algum upside via estruturas de opções, mas com perda limitada ao prêmio. Vejo valor em posições táticas aplicadas na curva de juros nos atuais níveis, mas o tamanho deve ser ajustado a elevada volatilidade e incerteza do mercado (10% a 15% do risco). Nos atuais níveis, o Jan17 me parece uma opção mais defensiva e com um risco/retorno relativamente favorável. Fasten your seat belts!
Mantenho uma visão positiva com relação as bolsas da Europa, assim como uma posição comprada em dólar contra uma cesta de moedas. Essa última, contudo, de tamanho inferior ao passado recente e com stops mais curtos.
Europa – A produção industrial da Alemanha apresentou queda de -1,4% MoM em junho, muito abaixo das expectativas de alta de 0,3% MoM. Na França, a queda foi de 0,1% MoM, abaixo das expectativas de alta de 0,2% MoM. O número não muda substancialmente o cenário ainda positivo para a região. A queda me parece ser uma acomodação normal dentro dos ciclos econômicos, mas confirma a necessidade de uma política monetária ainda extremamente expansionista para dar suporte a recuperação econômica da Europa.
China – Nos últimos dias, o governo anunciou mais um programa de emissão de bonds com o intuito de destravar os canais de crédito do país e dar impulso a alguns setores da economia. A medida é positiva e deveria ajudar a suavizar o processo de desaceleração econômica do país.
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