Brasil: Rolagem dos swaps cambiais.
O destaque do final de semana ficou por conta do PMI Manufactoring Oficial na China que, confirmando o que já havia sido sinalizado pelo Flash PMI, caiu de 50,2 para 50 pontos em julho. O número mostra uma economia ainda fragilizada e sem sinais concretos de estabilização. Podemos esperar novas medidas de suporte ao crescimento por parte dopolice maker chinês nos próximos meses. Como comentei neste fórum na semana retrasada: Tínhamos observado uma estabilização cíclica do crescimento nos últimos dois meses, mas o Flash PMI de julho, divulgado hoje, aponta para uma economia com crescimento pífio e abaixo das expectativas. É natural esperarmos que os policy makers locais anunciem novas medidas de suporte ao crescimento, com o intuito de evitar uma desaceleração adicional da economia. Como tenho insistido neste fórum ao longo deste ano, acredito que a China irá crescer estruturalmente menos no futuro. Os 7% de crescimento do PIB viraram teto para o crescimento deste ano, e não me surpreenderia em ver um crescimento na faixa de 5% a 6% no futuro não muito distante. Acredito que a postura do governo será tentar suavizar este processo de desaceleração estrutural da economia, mas não com o intuito de colocar o crescimento novamente nos patamares superiores a 8% que observamos no passado recente. Infelizmente, todos os países emergentes que passaram por este processo de transição, para uma economia mais voltada ao consumo, e menos sustentada por investimentos (como os Tigres Asiáticos e o Japão), com padrões de crescimento mais baixos, acaram convivendo com períodos de crise e maior volatilidade de suas economias e seus mercados.
No final da tarde de sexta-feira, o BCB anunciou o inicio da rolagem de swaps cambiais para agosto, no Brasil. Mantido o atual ritmo de rolagem anunciado na sexta-feira, ele irá deixar vencer cerca de R$4 bi no final deste mês, mesmo valor que não foi rolado no mês passado. A postura do BCB mostra conforto com o atual patamar do câmbio, e a ausência de demanda por hedge cambial por parte do mercado. A posição comprada dos estrangeiros na BM&F caiu exponencialmente nas últimas semanas, saindo de próximo a 300 mil contratos comprados para 65 mil contratos comprados até sexta-feira. O Cupom cambial apresentou leve alta nos últimos dias, mas continua relativamente tranquilo. Podemos esperar a continuidade do movimento de desempenho relativo mais negativo do BRL, assim como a manutenção da tendência de alta do dólar. O governo parece estar satisfeito em fazer a maior parte do ajuste de preços relativos da economia de maneira rápida e concentrada em um curto espaço de tempo.
A segunda-feira está iniciando sem grandes novidades nos mercados financeiros globais. Os ativos dos países emergentes continuam operando sobre pressão, liderados por mais uma rodada de queda nos preços das commodities. O dólar opera em leve alta ao redor do mundo (tanto G10 quanto EM), e os juros nos EUA apresentam leve abertura de taxas. A bolsa da Grécia reabriu após um longo período fora de operações, e apresenta queda em torno de 20% neste momento.
Na agenda do dia, o destaque ficará por conta do Core PCE de junho nos EUA, assim como para o ISM Manufacturing de julho. No Brasil, o foco ficará por conta da balança comercial de junho.
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