China: PMI aponta para nova desaceleração da economia.

Os ativos de risco continuam dando sinais de fragilidade nesta sexta-feira. Após uma quinta-feira de leve recuperação, as commodities voltaram a operar em queda, o dólar volta a dar sinais de fortalecimento contra as moedas EM e dependentes de commodities, as bolsas globais seguem sobre pressão, com a China caindo mais de 4% durante a noite, e as taxas de juros dos países desenvolvidos apresentam leve fechamento de taxas. Os ativos emergentes (moedas, bolsas, crédito e juros locais) operam sobre pressão.

Na agenda do dia, o destaque ficará por conta do IPCA-15 no Brasil e para o Flash Manufacturing PMI nos EUA.

Minha visão continua inalterada. Apenas o acumulo de medidas será capaz de estabilizar os ativos de risco de uma maneira mais consistente. Sem uma mudança substancial de cenário e/ou de postura por parte dos policy makers ao redor do mundo, vamos continuar em um ambiente de elevada volatilidade e pressão sobre os ativos de risco. As recuperações dos mercados tenderão a ser pontuais, rápidas e sem sustentação a longo-prazo.

O destaque da sexta-feira ficou por conta do fraco Flash Manufacturing PMI da China, que caiu de 47.8 para 47.1 pontos em agosto, abaixo das expectativas de 48.2 pontos. O numero mostra uma economia fragilizada e sem nenhum sinal de estabilização. É inevitável que o governo anuncie novas medidas de suporte ao crescimento nos próximos dias. Contudo, no atual estágio do ciclo econômico, e de fragilidade dos mercados locais (e globais), as medidas precisam ser agressivas o suficiente para serem capazes de estabilizar a economia e o humor dos investidores. Medidas apenas pontuais e localizadas não serão mais capazes de colocar a economia de volta a seu caminho natural.

Na Área do Euro, o Flash PMI Manufacturing ficou estável em 52,4 pontos, enquanto o Flash PMI Services subiu de 54,0 para 54,3 pontos. Os números mostram um crescimento ainda saudável na região. A despeito dos números mais positivos hoje, o cenário de curto-prazo apresentou alguma deterioração para a Europa. A desaceleração da China e dos demais emergentes afeta a demanda para a região, em um momento em que a queda no preço das commodities deverá colocar pressão adicional na inflação. Além disso, a recente alta do EUR, aliada a quedas das bolsas da  região, faz com que as condições monetárias no país tenham sido involuntariamente apertadas nas ultimas semanas, o que pode requer uma resposta por parte do ECB. Em outras palavras, o ECB poderá ser obrigado a adotar uma postura mais agressiva em sua política monetária afim de reverter este quadro e manter a recuperação da região nos trilhos.

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