Os bancos centrais começam a reagir.

Os sinais de fragilidade dos ativos de risco ainda são inequívocos, com a dinâmica de mercado a grosso modo ainda extremamente negativa e preocupante. Contudo, já vemos alguns sinais mais construtivos partindo dos bancos centrais. Acredito que as intervenções verbais, até o momento, são positivas porém insuficientes para frear definitivamente a piora do humor global a risco. Medidas mais claras, concretas e efetivas serão necessárias para evitar rodadas adicionais de deterioração dos ativos de risco, em especial na China e nos demais países emergentes.

Após a queda de juros e de compulsório na China, anunciadas na manhã de ontem, o economista chefe do ECB, na Europa, declarou que:

·         “Recent developments in the world economy and in commodity markets have increased the downside risk of achieving the sustainable inflation path towards 2 percent,” Praet told reporters in Mannheim, Germany. “There should be no ambiguity on the willingness and ability of the Governing Council to act if needed.”

Nos EUA, Dudley, um importante membro do Fed, declarou que a alta de juros em setembro é menos provável hoje. Segundo ele:
  • There still appears to be excess slack in the labor market.Inflation remains well below the FOMC's objective.
  • Downside risks to US economic growth have increased somewhat due to foreign and financial developments, however, it is important to not overreact to short-term developments.The Fed has been assessing domestic, international, and financial developments carefully and will continue to do so.
  • In Dudley's view, beginning the normalization process in September is less compelling at this time than it was a few weeks ago. However, in the spirit of data-dependence, he noted that the data could always evolve to make it more compelling.
Brasil – Os dados de crédito mantiveram a tendência recente, com moderação nas concessões, taxas e spreads em alta e leve piora na inadimplência, em especial para PJ. Seguindo o mesmo caminho dos demais indicadores de confiança, o Índice de Confiança da Indústria recuou 1,6% em agosto, atingindo uma nova mínima histórica. Não há nenhum sinal concreto de recuperação da economia. O país parece passar por um momento complicado de crescimento, sem vetores capazes de estabilizar a situação.

O BRL continuou sua tendência de depreciação, tendo apresentado até uma certa aceleração nos últimos dias. O patamar de 3,5 parece ter se colocado como um novo piso para a moeda norte americana em relação ao Real. Mesmo com a depreciação cambial, o mercado de juros apresentou desempenho mais construtivo, em um sinal mais positivo para este mercado. Minha impressão é que o mercado local ainda é comprado em dólar e aplicado nos juros, mas as posições são bem mais moderadas do que no passado recente. Assim, não vejo grandes impedimentos para a performance dessas classes de ativos, para nenhum dos lados, vindo de questões técnicas.

EUA – O Durable Goods Orders apresentou um mês bastante positivo em julho, confirmando o que outros dados econômicos já vinham mostrando, ou seja, uma economia saudável a despeito da turbulência externa.


Gosto de posições compradas em dólar contra uma cesta de moedas, mas me parece fazer sentido alternar um pouco da cesta de EM para G10 nos atuais níveis. Acho válida a busca por upsides via opções nas bolsas dos EUA e da Europa.

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