EM going global!

As “Minis Crises Emergentes” (Rússia, Turquia, Brasil, China e etc) parecem ter definitivamente contagiado os demais mercados globais. Desde a manhã de ontem, estamos observando um movimento clássico de aversão a risco, que ficou conhecido como “risk-off” nos últimos anos. A agenda do dia foi esvaziada na Ásia e na Europa. Nos EUA, destaque para o Jobless Claims e Philadelphia Fed. No Brasil o foco ficará para a Taxa de Desemprego de julho.

Nem mesmo as Minutas do FOMC tendo sidas consideradas dovish pelo mercado, o que levou o mercado a precificar uma alta de juro apenas em dezembro, foram capazes de dar algum suporte mais consistente aos ativos de risco. Mantenho a minha visão já descrita neste fórum nos últimos dias.

Na minha visão, será preciso um acumulo de vetores para que as “Mini Crises Emergentes” sejam freadas e impedidas de gerar contágio para o resto do mundo. Um Fed ainda em estado de espera para o começo do processo de alta de juros é uma condição necessária, porém não suficiente para que os ativos emergentes entrem em um caminho mais suave e menos negativo. Além do Fed, será preciso uma postura ainda mais agressiva por parte do governo da China na sustentação de seu crescimento, talvez um ECB ainda mais agressivo na Europa, assim como o desembaraço de problemas econômicos e políticos locais, em casos como a Rússia, Brasil e Turquia, por exemplo. A estabilização das commodities será uma consequência deste cenário. Enquanto este acúmulo de medidas não é efetivado, estamos correndo o risco de uma crise mundial mais aguda, e um cenário base de extrema volatilidade e incerteza.

Assim, continuo bastante preocupado com o cenário e a dinâmica para os países emergentes, como tenho reforçado neste fórum nas últimas semanas. Ainda não vejo os vetores necessários para que o cenário deterioração destes países (e seus ativos) seja definitivamente freada. Ainda tenho a sensação de que estamos no meio deste processo e novas rodadas de deterioração serão necessárias para trazer um balanceamento ao mercado. Vejo posições compradas em dólar contra uma cesta de moedas como a melhor maneira de navegar este ambiente. Acredito que o momento seja de parcimônia, com posições táticas e stops curtos. Não é o momento de estar alocado em bolsas globais e nem na parte tomada das curvas de juros dos EUA, por exemplo.

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