EM: Dinâmica de crise.
Estamos observando mais uma manhã de forte pressão sobre os
ativos emergentes, com destaque para TRY (-0,9%) e ZAR (-0,8%), com quedas
adicionas das bolsas desses países e abertura de taxas de juros locais.
Como tenho afirmando neste fórum há
algumas semanas, a
despeito dos sinais mais encorajadoras das economias dos EUA e da Europa, os
números recentes passam longe de mostrar uma economia mundial saudável e
robusta. Assim, enquanto não observarmos uma aceleração do processo de reformas
nessas regiões (China, países emergentes) correremos o risco de passar por um
período mais prolongado de baixo crescimento e, eventualmente, momentos de
crises pontuais mais agudas, como estamos vivenciando no Brasil e em alguns
outros países emergentes (China, Rússia, Turquia, e etc). A mudança no sistema
cambial chinês é apenas um reflexo deste panorama, em uma tentativa
dos policy makers locais de administrar a desaceleração da maneira
mais gradual possível.
Reforço a mensagem do Mercados Globais desta manhã: Continuo bastante preocupado com a
dinâmica de preços dos ativos emergentes, em um ambiente de baixo crescimento
destes países, ausência de reformas estruturais e um pano de fundo de
crescimento chinês estruturalmente mais baixo. Podemos estar diante de um novo
capítulo da economia global. Após termos passado pela crise nos EUA em 2008 e
da Europa em 2011/2012, podemos estar vivenciando um período de crises pontuais
nos países emergentes (Brasil, Turqui, Rússia) , que pode acabar se
desenvolvendo para um problema ainda maior, gerando contágio econômico e
financeiro para o resto do mundo.
O que poderia alterar este cenário? Um cenário em que o Fed adie,
novamente, o começo do processo de alta de juros e/ou, um pacote de estímulos
mais agressivos por parte da China (ou a perspectiva de estabilização da
economia chinesa) e/ou, um conjunto de reformas ou medidas mais agressivas por
parte dos policy makers emergentes e/ou, um ajuste de preços e posições
suficientes para atrair a demanda dos investidores. Por hora, não há sinais de
que nenhum desses vetores estão no horizonte de curto-prazo, mas não podemos
descartar “respiros” pontuais na expectativa de qualquer um desses eventos.
Enquanto isso, a tendência ainda parece ser negativa para a classe emergente.
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