Global: Sem medidas de suporte até o momento...

sell-off dos ativos de risco no final da semana passada ainda não foi forte o bastante para levar os policy makers a uma atuação mais agressiva na condução do novo cenário que se apresenta-se, leia-se, uma demanda global fragilizada, especialmente na China e em diversos países emergentes. Acredito que os principais bancos centrais do mundo não irão ficar passivos frente a atual conjuntura. Em especial, naqueles países ou regiões em que as condições financeiras apresentaram aperto significativo. Resta saber, contudo, se o tamanho da reação será suficiente para conter a espiral negativa dos mercados, como foi regra desde a crise de 2008, ou se estamos diante de um cenário um pouco mais desafiador e de difícil condução.

Na ausência de medidas de suporte ao crescimento, apenas um balanço mais adequado de preços e posições será capaz de estabilizar os ativos de risco. Neste caso, contudo, a pressão negativa sobre os mercados financeiros globais pode acabar sendo um pouco maior do que verificada até o momento, com rodadas adicionais de “risk-off” sendo necessárias para que este “novo equilíbrio” seja atingido.

Brasil – O Ministro do TSE e do STF Gilmar Mendes entrou com pedido de investigação sobre as contas da chapa da campanha a presidencial de 2014, encabeçada por Dilma. Com as investigações da Operação Lava-Jato avançando a passos largos, o pedido do Ministro é mais um importante passo na direção de um eventual processo de impeachment da Presidente e de toda sua chapa. Como tenho sinalizado, acredito que o processo de impedimento tende a ser tortuoso e incerto, trazendo volatilidade e incerteza aos ativos locais. Contudo, um eventual desfecho para este processo, por retirar uma incerteza do radar, tende a ser visto como positivo pelos investidores.

Os jornais do final de semana continuam focados nas incertezas políticas. Vários blogs e jornalistas apontam para novos avanços da Operação Lava-Jato, além da confirmação do envolvimento de novos e antigos protagonistas deste escândalo em recentes delações premiadas em curso. Enquanto não tivermos um desfecho desta Operação, dificilmente seremos capazes de ter um cenário político mais claro no país.

Com a piora do quadro econômico, especialmente no tocante ao crescimento e ao emprego (vide o CAGED e a Taxa de Desemprego divulgados na semana passada) a mídia aponta para uma crescente preocupação do Planalto com o ambiente econômico e político. A aprovação de novas medidas de ajuste, especialmente via aumento de impostos, serão cada vez mais difíceis em um Congresso sensível às dificuldades da população. Além disso, corremos o risco de uma nova guinada a matriz econômica que foi regra nos últimos anos de governo, como observamos na semana passada com a liberação de verbas dos bancos públicos para o setor automotivo.

Em suma, não há qualquer tipo de sinal mais positivo para o Brasil. O cenário continua extremamente negativo. Sou capaz de concluir, inclusive, que a situação econômica e política são hoje piores do que há poucos dias ou semanas atrás (incerteza política, piora no mercado de trabalho, dificuldade de ajuste fiscal, foram apenas algumas das novidades dos últimos dias).

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