Update

Os ativos locais continuam mostrando uma dinâmica extremamente técnica. No mercado de câmbio, com o vencimento de mais de US$4 bi de swaps cambiais hoje, e sem sinais de que o BCB irá alterar sua postura em relação as rolagens, o BRL teve mais um dia de forte depreciação. Por hora, o patamar de 3,4 parece estar sendo rompido, com a moeda buscando uma nova banda de flutuação. Acredito que o nível em torno de 3,3 tenha virado um novo piso para a moeda. Ainda vejo a necessidade de uma acomodação em torno dos atuais níveis, em um pano de fundo de alta estrutural do dólar. Por hora, esta visão tem se mostrado errada, já que o BRL continua sua marcha de depreciação, sem sinais concretos de acomodação.

No mercado de juros, a curva continuou seu movimento de “bull steepening”. O FRA de 2016, a 13,15%, me parece justo diante de um BCB que ainda irá travar uma batalha contra as expectativas de inflação nos próximos meses. O FRA de 2017 me parece excessivamente baixo, a 12,25%. Assim, o melhor ponto da curva, na minha visão, está no FRA 2018 a 12,7%. Acredito que o movimento de queda de juros será a próxima grande tendência dos mercados locais, mas vejo este processo sendo longo e tortuoso, com uma volatilidade ainda elevada.

Na bolsa, o mercado parece ter encontrando um nível de estabilização em torno dos 50 mil pontos do Ibovespa. Continuo sem uma visão direcional clara nesta classe de ativos. A temporada de resultados corporativos parece estar criando diversas oportunidades entre empresas e setores, mas a questão está fora do meu escopo de análise.


Finalmente, no cenário externo, continuaria surfando o bom momento das bolsas na Europa. Acredito que o momento seja de parcimônia no mercado de juros norte americanos. A Treasury 10 anos está testando a banda de baixo do range recente (2,25%-2,50%), o que requer cautela. Aproveitaria quedas adicionais de taxa para adicionar posições tomadas em juros no país. No mercado global de moedas (mais detalhes abaixo), acho que o momento seja de trabalhar com uma menor exposição a compra do dólar, mas aproveitar eventuais movimentos adicionais de queda do dólar para adicionar posições. Colocaria um “stop loss” nessa redução tática de posição comprada, especialmente se os dados da próxima semana mostrem uma economia dos EUA ainda saudável.

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