Brasil: Mais ruídos políticos

Na ausência de novidades relevantes no cenário, o destaque da manhã fica por conta de mais uma rodada de fortalecimento do dólar no mundo, que esta sendo acompanhando por mais um movimento de queda no preço das commodities. As bolsas da China não sustentaram alta verificada ontem, e tiveram uma terça-feira de queda. Na agenda do dia, destaque para o JOLTs Job Openings nos EUA e para o IGP-DI no Brasil.

O Primeiro Ministro da Grécia estará em Bruxelas hoje, para uma tentativa adicional de acordo junto a seus credores. Não há sinais concretos de que algum avanço será atingido.

Como tenho insistido nas últimas semanas, não vejo motivos para alterar minha visão para os mercados, ou seja, comprado em dólar contra uma cesta de moedas (BRL, MXN, EUR, AUD e CAD), levemente aplicado em juros locais, e vendido no Ibovespa através de estruturas de opções.Utilizaria, no BRL, a  fly 3200/3300/3400 curta, em conjunto com a call/spread 3400/3500 mais longa, para se posicionar na compra do USDBRL.

Europa – A produção industrial da Alemanha ficou estável em maio, abaixo das expectativas de alta de 0,1% MoM, mas após uma revisão baixista do número de abril. Na Inglaterra, a produção apresentou alta de 0,4% MoM, muito acima das expectativas de queda de 0,2% MoM. A despeito de acomodações pontuais, o cenário para o crescimento da região seguia estável até que a crise grega se torna-se mais aguda.

Brasil – De acordo com o Valor,

Aguardada para o dia 22, a análise das contas do governo pelo Tribunal de Contas da União (TCU) caminha para uma decisão unânime pela rejeição. Ministros da Corte ouvidos pelo Valor já enxergam a rejeição como um caminho sem volta. O parecer do TCU será encaminhado ao Congresso, onde os parlamentares vão tomar nova decisão sobre o assunto. A reprovação das contas pelo Congresso, no entanto, não abre automaticamente um processo de impeachment, alertaram fontes jurídicas do tribunal. O pedido de impedimento da presidente com base na rejeição de suas contas terá que ser formalizado ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB­RJ), que decidirá pela abertura ou não do processo. Os ministros do TCU deverão dizer, no parecer ao Congresso, que há elementos que não permitem a aprovação das contas do governo de 2014.

Em outro artigo do mesmo jornal,

O PMDB no Senado articula mudanças no projeto de lei que reduz a desoneração da folha de pagamentos, apesar da oposição do governo. O Valor apurou que parlamentares da legenda querem que todos os setores tenham o mesmo aumento de tributação, acabando com as exceções estabelecidas pela Câmara, que aprovou o texto ­ um dos principais do ajuste das contas públicas ­ no fim de junho, depois de o Palácio do Planalto ceder em alguns pontos do projeto e prometer emendas e cargos de segundo escalão principalmente a deputados pemedebistas. Apresentada por representantes do setor industrial, a ideia que está no Senado é manter os R$ 10 bilhões que o governo arrecadaria com a medida, mas tratando os segmentos de forma equânime. Isso seria um alívio para a indústria, pouco beneficiada na versão aprovada pela outra Casa. Líderes aliados à presidente Dilma Rousseff tentam conter o movimento, cujos expoentes são o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB­AL), e o líder do PMDB na Casa, Eunício Oliveira (CE), que deve se reunir com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para discutir o assunto. O governo queria que o projeto já tivesse sido sancionado, garantindo receitas ainda este ano.

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