Brasil: Investment Grande em xeque.

A despeito de mais um dia de queda nas bolsas da China, com o Shangai Composite caindo 1,7%, os ativos de risco estão dando sinais de estabilização. A terça-feira esta começando com uma alta nas bolsas globais, aliada a um enfraquecimento do dólar no mundo, uma abertura de taxas de juros nos países desenvolvidos e um desempenho misto para as commodities.

Na Inglaterra, o PIB do 2Q apresentou alta de 0,7% QoQ e 2,6% YoY, mostrando um patamar robusto de crescimento no país, e elevando a probabilidade do começo de um processo de alta de juros mais cedo do que tarde.

Na Itália, o Consumer Confidence de julho caiu de 109,3 para 106,5 pontos, com o Business Confidence saindo de 103,9 para 103,6 pontos, ambos abaixo das expectativas do mercado. É natural supor que os ruídos políticos provenientes da Grécia tenham afetado negativamente o humor dos empresários e consumidores dos países da periferia da Europa ao longo do mês, mas não alteram significativamente o cenário econômico para a região.

No Brasil, de acordo com a Folha (vide abaixo), o governo se mostra preocupado com a possibilidade de um rebaixamento de sua nota de crédito por parte do S&P, com a concomitante manutenção de um viés (outlook) negativo, deixando o Investment Grade em xeque. Eu, particularmente, acredito que tenha aumentando substancialmente o risco deste cenário. Me atrevo a dizer até que um dowgrade, com um outlook negativo, seja o cenário mais provável neste momento, com grandes chances de perda do Investment Grade no final do ano:

O governo já admite oficialmente que a volta do crescimento econômico ficou para o final do ano, e a equipe econômica teme agora que a agência de avaliação de risco Standard & Poor's coloque a nota brasileira em perspectiva negativa, o que forçaria uma alta de juros brasileiros.

Na escala da S&P, o Brasil está apenas no último degrau do grau de investimento, atestado de bom pagador, com perspectiva neutra –que significa que não há motivos para que seja alterada.

A perspectiva negativa indicaria que ele poderia passar a grau especulativo em breve, o que faz com que investidores exijam juros maiores para compensar o risco.

Esse movimento, se for confirmado, preocupa o governo Dilma também porque irá trazer mais pressão de alta para o dólar.

Segundo a Folha apurou, assessores presidenciais temem que a mudança da meta de superavit primário, de 1,1% para 0,15% do PIB (Produto Interno Bruto), possa alterar os planos da S&P.

Isso porque, ao fazer uma economia menor de recursos, o Brasil não conseguirá evitar que sua dívida pública cresça em relação ao PIB, o que, segundo os critérios usados pelas agências, significa menos capacidade de honrar empréstimos feitos.

O governo já estava preocupado com a revisão da classificação do país pela Moody's, que ainda coloca o Brasil no segundo degrau do grau de investimento.

equipe econômica já dá como certo um rebaixamento, o que a colocaria no mesmo patamar da Standard & Poor's, mas vinha trabalhando para que a Moody's pelo menos classificasse a perspectiva da nota do Brasil em neutra, e não negativa.

Se cair para negativa, o país correrá o risco de perder o grau de investimento também nesta agência em breve.

A perda do selo de bom pagador em duas agências é prejudicial para o país, porque investidores internacionais, como grandes fundos de pensão, ficariam impedidos de manter recursos investidos aqui.

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