Brasil: BCB em foco.
Ontem eu havia demostrando incerteza em relação aos próximos
passos do BCB no tocante a política monetária vis-à-vis a revisão da meta
fiscal e a depreciação cambial. Na minha visão, o discurso do Awazu agora a
pouco teve o objetivo de, exatamente, retirar esta incerteza do mercado. Ao que
tudo indica, o BCB irá optar pelo caminho correto, não abandonando sua postura
em busca do centro da meta de inflação, concomitantemente com a manutenção das
expectativas de inflação ancoradas nos próximos anos. Acredito que a
probabilidade de uma alta de 50bps na próxima reunião do Copom tenha se elevado
substancialmente após os eventos recentes.
O FRA de 2016 atingiu 13,65%, com o FRA 2017 em 12,45%. Os FRAs
mais longos giram em torno de 12,85%. A curva apresentou forte flattening,
com o Jan21/Jan17 voltando a operar a -90bps, após estar rodando a -65bps
ontem. Acho que faz sentido testar posições aplicadas na parte intermediária da
curva (Jan19). Acho positivo o BCB manter seu compromisso com a meta de
inflação, especialmente frente a perda da ancora fiscal. Entendo que o caminho
para juros mais baixos será tortuoso e prolongado, o que demanda posições
táticas, com stops mais curtos, ou posições menores, com stops
mais largos, porém com horizonte de investimento mais prolongado.
Ainda vejo posições compradas em dólar (vendido em BRL) como um
excelente vetor para compor o portfólio. A depreciação cambial é um caminho
natural e esperado para o ajuste da economia.
Awazu:
The objective of
monetary policy is precisely to avoid this impact of short-term inflationary
pressure in 2015 to be transmitted to 2016 and beyond. Monetary policy can and
should contain the second-round effects of price hikes and to circumscribe them
to this year of 2015. For this reason, monetary policy is and should continue
to remain vigilant to ensure the convergence of inflation to the 4.5% target at
the end of 2016. Moreover, efforts to strengthen fundamentals should persist,
for Brazil to be prepared for a future Fed lift-off benefitting from a strong
domestic policy stance.
In addition,
despite some undeniable positive results, recent developments show that there
are new risks to the inflation outcome for 2016 that might affect longerterm
horizons. The BCB evaluates that the scenario of inflation convergence to 4.5%
in 2016 has been producing some positive signals showing that we are on the
right track. However, progress so far in fighting inflation need to be balanced
against more recent risks that threaten our central objective in the relevant
horizon for monetary policy. Therefore, we should remain cautious at this
particular juncture. It is paramount to be vigilant to make sure that monetary
policy reflects the balance of risks as of now and remains adequately
calibrated to attain our objective.
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