Grécia apresenta uma proposta crível

No inicio da noite de ontem, a Grécia apresentou sua proposta para um acordo de ajuda financeira junto a seus credores. Em uma primeira leitura, as propostas de assemelham em muito aquelas apresentadas pelos credores no dia 26 de junho, antes do referedum realizado no país. A apresentação de um proposta crível e em linha com as demandas dos credores é um importante e positivo passo para o começo da resilução dos problemas gregos. Ainda teremos pela frente a incerteza da aprovação da proposta por parte dos credores e por parte do parlamento grego, mas a apresentação realizada ontem deve ser vista como positiva.

Os eventos das últimas 48 horas mostram que existe a disposição política em se encontrar um acordo para manter a Grécia na União Europeia e no Euro. Como era de se esperar, os ativos de risco estão reagindo de forma clássica a estes acontecimentos, com um “relief rally” rápido e acentuado. Caso o problema grego seja definitivamente solucionado, a racionalidade poderá voltar aos ativos de risco, que deveria se preocupar mais com os fundamentos econômicos de cada país e/ou região do mundo.

Na China, as inúmeros medidas de suporte aos mercados locais anunciadas pelo governo nos últimos dias parecem ter, definitivamente, ajudado a estabilizar o humor dos investidores, com as bolsas do país subindo próximo a 10% nos últimos 2 dias. Acredito que a situação da China ainda é delicada, e não podemos descartar um período de volatilidade ainda elevada nos mercados do país nas próximas semanas. Contudo, o governo já mostrou que existe disposição e instrumentos para lidar com a crise de confiança e evitar uma deterioração mais acentuada dos mercados no país, o que deveria ajudar a conter os efeitos secundários da queda rápida a acentuada dos mercados locais.

Os ativos de risco se mostram mais firmes hoje pela manhã, com fundamentos mais favoráveis a uma estabilização mais consistente e permanente dos mercados financeiros globais.  Minha visão continua a ser de focar nos fundamentos de cada país ou região afim de posicionar o portfólio para a geração de alpha, apenas acompanhando os ruídos de curto-prazo (Grécia, China) para medir os efeitos secundários nos demais mercados.

A agenda do dia será esvaziada e os mercados brasileiros devem ter uma sexta-feira de baixa liquidez após o feriado da quinta-feira.

Eu mantenho minha visão descrita neste fórum na quarta-feira, ou seja, acredito que seja o momento de reduzir a posição comprada em dólar contra uma cesta de moedas. As posições hoje devem ser muito menores do que no passado recente, e com stops mais apertados. Mantenha uma posição comprada em dólar, porém menor do que antes. A posição core deve ser agora na fly 3200/3300/3400 curta, aliada a calls/spreads 3400/3500 mais longas no BRL. Olharia o nível de 3,25 para reduzir a posição, ou reduzir parte dela abaixo de 3,20. Mantenha estruturas de opções baixistas no Ibovespa, assim como posições aplicadas em juros locais via juros nominais (Jan18/jan19) e juros reais longos. Reduza consideravelmente a posição comprada em dólar contra uma cesta de moedas (EUR, MXN, CAD e AUD).

Europa – Os números de produção industrial da região mostram que, exceto pelo ruído proveniente da Grécia, a situação econômica se mostrava saudável, com um crescimento migrando para um nível em torno de 1,5% este ano. Na França, a produção industrial de maio subiu 0,4% MoM e 2,8% YoY, na Itália a alta foi de 0,9% MoM e 3% YoY, enquanto que na Grécia ocorreu uma desaceleração de 0,4% YoY ara -4% YoY, o que mostra a situação calamitosa em que o país se encontra economicamente neste momento.

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