Acordo grego e recuperação chinesa.
Após um final de semana de longas negociações, a Europa anunciou na manhã desta sexta-feira que um acordo foi selado entre a União Europeia e a Grécia. Assim, por hora, a saga grega esta encerrada. Ainda existem enormes desafios de implementação de um programa extremamente rigoroso de ajuste fiscal para que os gregos continuem recebendo uma ajuda financeira nos próximos anos. Contudo, após um período de mais de um mês de intensas negociações, a história, mais uma vez, mostrou que a manutenção do Euro e da União Europeia intactos supera todo e qualquer tipo de diferenças existentes entre os países membros. Mesmo contrário à posição de alguns países, como a Alemanha e alguns países nórdicos, um acordo foi selado. Assim, a história de repete novamente, onde nos “48 minutos do segundo tempo”, quando todas as opções são esgotadas, um acordo acaba sendo encontrado.
Na China, os dados de exportação e importação de junho apresentaram uma surpreendente e positiva recuperação, mostrando uma estabilização da demanda doméstica e da demanda externa, em linha com o que tínhamos visto nos últimos dados de maio. As exportações saíram de -2,5% YoY para 2,8% YoY, acima das expectativas de 1% YoY. As importações subiram de -17,5¨YoY para -6,1% YoY, acima dos -15,5% YoY esperados pelo mercado. A aberturo do indicador apresenta recuperação em todos os principais parceiros comerciais do pais, assim como nos principais produtos da pauta de importação. As bolsas dos país tiveram mais um mês de alta, sinalizando para um período de maior estabilidade dos mercados locais.
No Brasil, o fluxo de notícia foi esvaziado. A crise política continua dominando as manchetes, mas nem novidades adicionais. A mídia ainda reverbera as derrotas do governo no congresso, a baixa popularidade de Dilma e de seu governo, além dos obstáculos impostos pela decisão do TCU em torno das “pedaladas fiscais” e da Operação Lava-Jato.
Os ativos de risco estão reagindo de maneira clássica as notícias positivas do final de semana, com as bolsas em alta e uma abertura de taxas de juros nos países desenvolvidos. O dólar, contudo, opera em alta, o que está colocando alguma pressão no mercado de commodities.
Com os riscos referentes aos problemas na Grécia e na China dissipados no curto-prazo, o mercado poderá voltar suas atenções, ao cenário econômico global. Assim, acredito que seja prudente retornar as posições compradas em dólar contra uma cesta de moedas no mesmo tamanho que propomos a cerca de duas semanas atrás, após um breve período de posição tática menor nesta classe de ativo. Gosto da cesta de moedas de EUR, MXN, AUD e CAD. No BRL, continuo gostando na fly 3200/3300/3400 curta, aliada a calls/spreads 3400/3500 mais longas, que perderam (organicamente) um pouco de delta após o movimento de sexta-feira, mas mantém o portfólio equilibrado. Reduza estruturas de opções baixistas no Ibovespa, assim como posições aplicadas em juros locais via juros nominais e juros reais longos. O patamar superior a 6,15% nas NTNB longas me parece um nível interessante para começar uma alocação mais estrutural nesta classe de ativo.
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