Posição técnica ainda favorável.
Os
ativos de risco estão mostrando fadiga essa manhã, apresentando sinais de leve
aversão a risco. Os movimentos são liderados pelas quedas do Petróleo e do Minério de Ferro. Ainda parece cedo para afirmar que o cenário base
que vem sendo regra nas últimas semanas tenha ficado para traz, mas na ausência
de mudanças fundamentais para o mercado de commodities (baixa demanda, aumento
de oferta, estoques elevados e etc), a pressão em seus preços deve criar um
ruído de curto-prazo. Destaque também para as quedas do AUD e do NZD, após as
Minutas do RBA e depois de um paper
do RBNZ elevarem a probabilidade de um novo corte de juros nas duas economias.
O
cenário central ainda é de um crescimento global baixo, sem risco de recessão,
mas com flutuações em torno da tendência. Neste ambiente, a busca por carry e
yields deveria prevalecer. Incomoda-me, contudo, a velocidade e a magnitude que
os investidores já migraram para este cenário, piorando o nível de preços e a
posição técnica de várias classes de ativos. Além disso, até o momento, todos
os riscos que surgem no cenário vem sendo devidamente “atropelados” pelos
fluxos a essas classes de ativos. Eu mantenho um viés construtivo, porém cada
vez mais incomodado com a forma como o movimento ocorreu até o momento. Em
linhas gerais, vejo como prudente, natural e saudável movimentos de realização
de lucros no curto-prazo.
No
Brasil, por hora, os ativos locais estão seguindo o humor global a risco. O que
chamou a atenção nos últimos dias foi o forte movimento de fechamento de taxa
das NTNBs, ou os juros reais. A minha impressão é que ao chegar ao patamar de
6%, muito investidores, especialmente os institucionais, perceberam a
necessidade de travar parte de suas
metas atuariais, acelerando ainda mais o fechamento de taxa dessa classe de
ativo. O Tesouro anunciou um leilão grande de papel para hoje, o que pode frear
temporariamente o movimento, mas dificilmente, sozinho, irá alterar a dinâmica
do mercado. Continuo com visão otimista para o país, concentrando risco na
parte longa dos juros reais.
De
acordo com a pesquisa mensal realizada pelo Merrill Lynch em torno da posição
técnica do mercado, ainda existe amplo espaço para a tomada de risco por parte
dos investidores:
FMS investment implications
1. FMS
positioning = contrarian bullish for risk assets…despite BREXIT,
terrorism, SPX all-time high, UST all-time low…BofAML July FMS cash level rose to
highest level since Nov'01.
2. Fiscal
easing = tactical catalyst for risk…FMS shows record % saying fiscal
policy is "too restrictive" & 1st UW of
equities by asset allocators in 4 years.
3. "Pain
trade" = long banks, short credit or quality…unwind of big short in
UK, Eurozone, Japan, banks (Exhibit 1) requires big Japan fiscal
stimulus & EU bail out for Italian banks.
FMS key trends
Bearishly
positioned, macro-agnostic, long cash, credit, quality, short EU, Japan, banks.
1. July
FMS cash level = 5.8%, up from 5.7% in June = highest since
Nov'01.
2.
Investor buying of protection against sharp decline in stock market at record
high.
3. 1st
equity UW in 4 years, albeit very marginal.
4.
Growth/profit expectations flat/negative but just 17% think
recession likely.
5. Most
crowded FMS trades: long quality stocks, long US/EU credit & short EU
banks.
6.
"Helicopter money" expectations next 12 months up to
39% (was 27%).
7.
Investors looking to short UK equities highest since
Dec'09.
8. 1st Eurozone UW
in 3 years, largest Japan UW in >3 years.
9.
Biggest EM OW in 2 years, 1st US equity OW in 17 months.
10.
Biggest UW of banks since 2012.
11. Industrials
OW @ 2-year high; largest MoM jump in tech exposure in 2
years.
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