Japão, Commodities e Bancos na Itália.

Os mercados financeiros globais estão dando alguns sinais de fadiga, respeitando a dinâmica que temos observado desde o final da semana passada, ou seja, a expectativa de uma realização de lucros/acomodação de algumas classes de ativos. A ausência de uma atuação mais agressiva por parte dos bancos centrais nos países desenvolvidos, o nível de preço, e a posição técnica, parecem ser os principais motivos para estes movimentos. Por hora, vejo apenas os movimentos como pontuais e localizados, sem alterar o cenário central e a tendência de longo-prazo, mas precisamos ficar atentos a qualquer mudança definitiva de cenário e de tendência dos ativos de risco.

No Japão, observamos uma forte apreciação do JPY, que está ajudando a colocar pressão no dólar no mundo. O movimento parece um ajuste de posições após o desenvolvimento de expectativas extremamente otimistas em relação ao potencial de anuncio de medidas fiscais e monetárias no país nesta semana. Como comentei no sábado: Devemos observar mais uma rodada de estímulos fiscais e monetários no Japão, de forma relativamente coordenada. Contudo, tenho receio de que o mercado esteja subestimando o tamanho dos estímulos e a capacidade destes em reverter o quadro econômico do país. As expectativas já são elevadas e os policy makers locais terão que se esforçar para supera-las.

As commodities voltaram a operar em queda, lideradas pelo Petróleo, mas seguidas pelos metais básicos. O movimento mostra um quadro ainda de fragilidade para o cenário de oferta e demanda para estes produtos, especialmente em um ambiente ainda incerto para a economia da China.

Na Europa, voltamos a ver pressão sobre os bancos na Itália. A semana será marcada pelo anuncio do “stress test” dos bancos na Europa, Existe uma expectativa grande de como será resolvido o problema de insolvência de um dos principais bancos na Itália, mas não há sinais de que houve avanços concretos para a resolução definitiva deste tema.

No Brasil, observamos apenas algumas notícias em torno das propostas de ajuste fiscal e de reforma da previdência que estão sendo propostas dentro do governo e ventilados para a mídia. O governo continua no caminho certo, resta a aprovação de medidas essenciais para que o país volte ao trilho do desenvolvimento. Vale a pena notar que a agenda micro continua caminhando lado-a-lado com as propostas macros. Na sexta-feira, verificamos desenvolvimentos extremamente positivos no setor elétrico, assim como evoluções importantes para  BR Distribuidora, empresa de capital fechado da Petrobras. De maneira geral, continuo otimista com o caminho que o país vem trilhando, mas entendo que movimentos de acomodação/realização de lucros podem (e devem) ocorrer nos ativos locais. 

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