G20
Como era
amplamente esperado, o G20 trouxe poucas novidades em relação a seu último
encontro. Segundo o Financial Times:
The G20’s
call to use “all policy tools” echoes similar language at a meeting in Shanghai
in February and contained no concrete commitments on fiscal stimulus. Policymakers broadly agree that scope for further
monetary policy stimulus is limited but faultlines remain over more
aggressive moves.
Following
a Saturday meeting with Mr Hammond, Wolfgang Schäuble, German finance minister,
said cushioning the impact of Brexit was “a matter that the Britons need to
deal with themselves”.
On the
other side of the argument, Angel Gurría, head of the OECD, told Reuters that rock-bottom interest rates “create more fiscal space”
to boost investment.
Bai Chong-En,
adviser to China’s central bank, said on the sidelines of the meeting that tax cuts would be more appropriate than interest rate
cuts for supporting growth, according to Reuters.
Em
linhas gerais, fica claro, até mesmo para os policy makers, o poder cada vez menos eficaz da política monetária
no mundo desenvolvido frente aos desafios do mundo atual. Existe a percepção
consensual de que medidas de estímulo fiscal seriam mais eficazes para lidar
com a atual conjuntura de baixo crescimento e inflação no mundo desenvolvido.
Na minha
visão, o grande problema em relação a este quadro, é que a política monetária é
mais facilmente ajustada, com medidas proativas, flexíveis e ágeis. A adoção de
QE, queda de juros, taxas de juros negativas e afins são implementadas em
decisões rápidas por parte dos bancos centrais. A política fiscal, por sua vez,
necessita de um consenso político, muitas vezes inexistente. Além disso, por
outras vezes, as medidas tomadas são inadequadas ou insuficientes. Finalmente,
medidas concretas e adequadas costumam ser reativas, e não proativas. Assim, os
governantes costumam atuar apenas após um período de “crise”, ou pressão por
parte dos mercados e/ou da sociedade.
Em suma,
é positivo que já exista uma correta visualização dos problemas que a economia
global enfrenta. Contudo, acho extremamente otimista acreditar que os
governantes serão proativos nesta questão. O Japão é um caso clássico. É o país
que mais se aproxima de tomar medidas adequadas na direção do comunicado do
G20, mas apenas após mais de 20 anos de baixo crescimento e inflação
declinante. Mesmo após o Abeconomics de 2013 o país tem sido incapaz de sair de
um ambiente de baixo crescimento e inflação perigosamente baixa.
Devemos
viver uma expectativa crescente de uma atuação mais agressiva da política
fiscal, mas as medidas devem ser pontuais e localizadas. A política monetária
deverá perder potencia com o tempo, mas o G20 em nada altera o cenário de
curto-prazo.
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