EUA: Sinais positivos de crescimento.
Após a boa bateria de dados econômicos da China durante a noite,
os dados econômicos dos EUA, divulgados durante essa manhã, apresentaram um
cenário de crescimento saudável. Os números afastam qualquer expectativa de
recessão global no curto-prazo. A inflação manteve a sua trajetória de elevação
gradual, dentro do cenário esperado pelo Fed, mas sem uma aceleração mais
amedrontadora.
O cenário base o qual tenho me referido neste fórum tem sido
reforçado a cada novo número. Continuamos em um cenário de crescimento baixo,
porém relativamente estável, com flutuações em torno da tendência. A inflação
no mundo ainda é baixa.
Eu vejo os números nas últimas 24 horas como reduzindo alguns
riscos de cauda para a economia mundial e os mercados financeiros globais.
Contudo, eleva-se a probabilidade de que o Fed tenha que elevar os juros mais
cedo do que o mercado imaginava.
Assim, a leitura que temos que fazer para os ativos de risco inserisse
neste contexto. Vimos uma rápida e acentuada busca por carry/yield nas últimas
semanas, visando um cenário de baixo crescimento, inflação inexistente e
perspectiva de bancos centrais ainda extremamente expansionistas por um período
prolongado de tempo.
Os últimos números alteram levemente este ambiente, já que
colocam uma alta de juros por parte do Fed ainda este ano de volta ao radar,
mas sem a necessidade (na ausência de pressões inflacionárias maiores), de um
movimento brusco de elevação de taxas de juros.
É natural supor, contudo, que haja algum tipo de realização de
lucros e rotação de posições, diante do cenário descrito acima. Reduz-se a
chance de uma recessão, enquanto eleva-se a chance de um novo movimento de alta
de juros nos EUA.
Podemos ver um movimento de realização de lucros no curto-prazo,
com alguma volatilidade antes inexistente, mas ainda vejo um cenário
relativamente favorável para ativos emergentes, especialmente aqueles que
oferecem bons fundamentos econômicos, com um grande “buffer” de yield. Devemos
manter uma atenção especial na velocidade com que os juros dos países
desenvolvidos, liderados pelo EUA, irão abrir taxas, pois estes poderão ditar a
dinâmica dos demais ativos de risco. Acho prudente supor em uma pressão altista
no dólar (especialmente contra G10) e altistas para taxas de juros nos países
desenvolvidos, pelo menos no curto-prazo.
Por um lado, a melhor perspectiva de crescimento reduz os riscos
de recessão, sendo positivo para ativos de growth/value. Por outro lado, a
abertura de taxa de juros pressiona o valuation dessas classes de ativos (como
as bolsas).
Por hora, espero apenas realizações pontuais de lucros nas
posições consensuais do mercado, mas a velocidade da abertura dos juros no
mundo desenvolvido será determinante para que esta tese não acabe migrando para
um movimento mais brusco de realização de lucros de posições mais voltadas para
carry/yield.
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