Estímulos fiscais e ativos de risco.
A eleição no Japão, e a consequente perspectiva de uma nova rodada de estímulos fiscais, podem vir a alterar de forma não desprezível o cenário para os mercados financeiros globais.
Caso confirmado, o novo foco no fiscal poderia ser considerado uma vitória de “Main Street” contra “Wall Street” como alguns analistas costumam dizer. Vale, contudo, uma observação. São poucos os países ou regiões no mundo com espaço fiscal para adotar uma postura semelhante, o que torna qualquer analogia de curto-prazo um pouco capciosa.
A alteração dos estímulos econômicos da política monetária, cada vez menos eficaz, para a política fiscal, a última esperança para um momento mais positivo de crescimento, deveria ser positiva para o USD no mundo, já que coloca o Fed de volta ao foco no cenário interno. A medida deveria ser negativa para os bonds dos países desenvolvidos, por teoricamente gerar mais crescimento sem a necessidade de mais QE ou juros negativos. Para os mercados emergentes e de equity, o ambiente fica menos óbvio. Por um lado, a melhora na perspectiva de crescimento retira um risco de cauda relevante para o cenário. Por outro lado, a menor intervenção dos BC´s nos mercados financeiros globais poderia gerar uma abertura de taxas de juros no mundo desenvolvido, em um ambiente de posição técnica ruim e taxas muito comprimidas. De maneira geral, no curto-prazo, a resultante deve ser lida como positiva. Todavia, precisamos ficar atentos para qualquer interpretação diferente desta nos próximos dias.
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