Postagens

Mostrando postagens de julho, 2015

Update

Os ativos locais continuam mostrando uma dinâmica extremamente técnica. No mercado de câmbio, com o vencimento de mais de US$4 bi de swaps cambiais hoje, e sem sinais de que o BCB irá alterar sua postura em relação as rolagens, o BRL teve mais um dia de forte depreciação. Por hora, o patamar de 3,4 parece estar sendo rompido, com a moeda buscando uma nova banda de flutuação. Acredito que o nível em torno de 3,3 tenha virado um novo piso para a moeda. Ainda vejo a necessidade de uma acomodação em torno dos atuais níveis, em um pano de fundo de alta estrutural do dólar. Por hora, esta visão tem se mostrado errada, já que o BRL continua sua marcha de depreciação, sem sinais concretos de acomodação. No mercado de juros, a curva continuou seu movimento de “ bull steepening ”. O FRA de 2016, a 13,15%, me parece justo diante de um BCB que ainda irá travar uma batalha contra as expectativas de inflação nos próximos meses. O FRA de 2017 me parece excessivamente baixo, a 12,25%. Assim, o me

USD: Hora da consolidação [Follow-up]

O ECI do 2Q nos EUA apresentou apenas modesta alta de 0,2%, muito abaixo das expectativas de 0,6%. Acredito que o número deverá trazer, no mínimo, alguma dúvida ao Fed em relação ao timing para o começo do processo de alta de juros já em setembro. De maneira geral, contudo, não altera o cenário de que uma alta de juros ainda é o mais provável este ano. O processo de alta, contudo, promete ser lento, gradual e seguro, pontuado por períodos momentâneos de maior volatilidade dos ativos de risco. É bem provável que o Fed tenha que revisar suas estimativas de NAIRU mais uma vez. A posição do mercado já vinha se mostrando bastante comprada em dólar nas últimas semanas . Como comentamos ontem alguns indicadores técnicos do mercado dão sinais de estarem “esticados”. Assim, acho natural esperar um período de consolidação do dólar no mundo para, em um futuro próximo, retornar a tendência estrutural de alta. A prudência manda reduzir drasticamente as posições no curto-prazo. Eu continuaria

Atualização de cenário.

A noite foi de poucas novidades relevantes. Os ativos de risco operam sem grandes movimentações, mas as principais tendências dos mercados ainda seguem inabaláveis. As commodities continuam sobre pressão, lideradas pelo petróleo (-1,8%). As moedas dependentes da demanda chinesa (AUD, NZD, CAD), além das moedas emergentes (TRY, ZAR) também aparentam fragilidade, enquanto as bolsas dos países desenvolvidos se mostram robustas, mesmo frente a juros levemente mais altos nos EUA. O grande destaque do dia ficará por conta do ECI nos EUA e para o resultados fiscal no Brasil. Brasil – O resultado do governo central, divulgado na tarde de ontem, mostrou um quadro extremamente desafiador para o ajuste das contas públicas do país, um cenário que já havia sido incorporado pelo mercado após o ajuste das metas deste e dos próximos 2 anos. Os ativos locais devem seguir o humor global a risco, assim como devem continuar se ajustando para a realidade dos fundamentos locais. Como tenho chamado

USD: Hora da consolidação?

Os ativos de risco, a grosso modo, deram continuidade ao movimento verificado após a decisão do FOMC. Alguns movimentos merecem destaque especial: - O fortalecimento do dólar no mundo, especialmente contra EM, mostra um “ momentum ” bastante forte. Eu começo a sentir sinais técnicos de que o mercado possa estar “esticado” no curto-prazo. A direção de alta de dólar no mundo é indiscutível, mas acho natural e saudável esperar algum tipo de consolidação em algum momento do tempo. Neste caso, acredito que a melhor estratégia seja reduzir parte das posições, encurtar os stops nas moedas de EM, e trabalhar com o mercado de opções em G10, onde as vols implícitas se mostram em níveis ainda relativamente atrativos; - A despeito da alta do dólar no mundo, as bolsas dos países desenvolvidos mostram-se cada vez mais conformadas com a possibilidade de alta de juros nos EUA ainda este ano e, mais provavelmente, em setembro. A despeito de alguma precificação (vide abaixo) ainda ser necessár

Brasil: Fim do ciclo de ata de juros.

Na expectativa de uma bateria de importantes dados econômicos nos próximos dias, como o PIB, Jobless Claims hoje e o ECI amanhã nos EUA, os ativos de risco operam sem grandes movimentações essa manhã. No Brasil, a agenda traz o IGP-M e os dados de crédito do BCB. Eu mantenho minha visão descrita neste fórum na tarde de ontem. Acredito que, sem riscos relevantes no cenário (exceto pelos ruídos provenientes da China), o mercado poderá partir para o verão (e as férias) no hemisfério norte sem grandes preocupações. Assim, podemos esperar que o cenário sazonal de volatilidades mais baixas, e bom desempenho dos ativos de risco, venham a se confirmar nos próximos dias.  Eu aproveitaria este momento (sazonal) de calmaria dos ativos de risco para adicionar calls de USD  ao longo dos próximos dias/semanas, se aproveitando da queda nas vols implícitas (em G10), mas mirando um horizonte de 2 a 3 meses. O mesmo poderá ser feito no mercado de juros norte americanos, visando taxas mais eleva

FOMC em foco.

O FOMC anunciou o que era amplamente esperado, a manutenção da taxa de juros do país estável. O comunicado após a decisão apresentou apenas mudanças marginais, em uma tentativa de ajustar a comunicação ao cenário econômico observado entre as reuniões do Comitê. Uma alta de juros ainda este ano continua sendo o cenário base. Não podemos descartar que ela ocorra em setembro, dependendo dos dados de agora até a próxima reunião do Fed. Acredito que, sem riscos relevantes no cenário (exceto pelos ruídos provenientes da China), o mercado poderá partir para o verão (e as férias) no hemisfério norte sem grandes preocupações. Assim, podemos esperar que o cenário sazonal de volatilidades mais baixas, e bom desempenho dos ativos de risco, venham a se confirmar nos próximos dias. Eu aproveitaria este momento (sazonal) de calmaria dos ativos de risco para adicionar calls de USD ao longo dos próximos dias/semanas, se aproveitando da queda nas vols implícitas, mas mirando um horizonte de

FOMC e Copom em Foco.

Os ativos de risco operam em compasso de espera para a decisão do FOMC na tarde de hoje nos EUA . Acredito que o Fed irá fazer um “ market-to-market ” de seu comunicado, atualizando sua visão de cenário. A estratégia ótima do Comitê é deixar a porta aberta para qualquer tipo de posicionamento até a reunião de setembro. Assim, o começo de um processo de alta de juros já na próxima reunião do FOMC não deve ser descartado, mas não deverá ficar evidente que este será o cenário com maior probabilidade. O Fed deverá reforçar que os dados econômicos a serem divulgados até lá serão determinantes para este processo. Ainda vejo Yellen e Cia. tentando manter vivas as possibilidades do começo de um processo de alta de juros ainda este ano e setembro não pode ser descartado. Este cenário tende a dar suporte ao dólar no mundo e as taxas de juros nos EUA a medida que o cenário ratifique as chances do começo deste processo. A Rússia anunciou que irá cessar a compra de dólares que havia anunciado

[Update] Brasil: Investment Grade em xeque.

A terça-feira está sendo de correção técnica por parte de algumas classes de ativos. A bolsa brasileira apresenta forte alta, após testar importantes suportes gráficos para os índices locais em dólar; o BRL segue sua tendência de depreciação, acentuada pelo vencimento de cerca de US$4bi que o BCB não irá rolar de swap este mês, em um ambiente em que o mercado já se mostra menos alocado na compra do dólar (ver posições dos estrangeiros na BMF).  O dólar no mundo apresenta fraqueza desde a tarde de ontem, com as commodities tendo um dia de alta. Acho interessante observar como o EUR ganhou, definitivamente, o status de “ funding currency ”, apreciando em períodos de “ risk-off ” e depreciando em dias de “ risk-off ”. Nas últimas semanas, sem uma direção mais clara dos ativos de risco globais, a moeda parece ter se estabilizado em torno de 1,10. Não alterei minha visão em relação aos mercados. Acho prudente estar menor na posição comprada em dólar, apenas para proteger ganhos recent

Brasil: Investment Grande em xeque.

A despeito de mais um dia de queda nas bolsas da  China , com o Shangai Composite caindo 1,7%, os ativos de risco estão dando sinais de estabilização. A terça-feira esta começando com uma alta nas bolsas globais, aliada a um enfraquecimento do dólar no mundo, uma abertura de taxas de juros nos países desenvolvidos e um desempenho misto para as commodities. Na  Inglaterra , o PIB do 2Q apresentou alta de 0,7% QoQ e 2,6% YoY, mostrando um patamar robusto de crescimento no país, e elevando a probabilidade do começo de um processo de alta de juros mais cedo do que tarde. Na  Itália , o Consumer Confidence de julho caiu de 109,3 para 106,5 pontos, com o Business Confidence saindo de 103,9 para 103,6 pontos, ambos abaixo das expectativas do mercado. É natural supor que os ruídos políticos provenientes da Grécia tenham afetado negativamente o humor dos empresários e consumidores dos países da periferia da Europa ao longo do mês, mas não alteram significativamente o cenário econômico

China: Cenário, consequências e oportunidades.

A forte queda das bolsas da China durante a noite trouxe ao mercado um componente de realização técnica nos ativos de risco. Segundo este raciocínio, a piora do humor com relação a China é apenas uma consequência do menor crescimento global, argumento que encontra respaldo nos indicadores de crescimento de outros países ao redor do mundo, em especial na Ásia emergente. Assim, os ativos de risco estão tendo uma segunda-feira de fechamento de taxas de juros nos países desenvolvidos, queda das bolsas e das commodities, e enfraquecimento do dólar. Na minha visão, a queda das bolsas e das commodities, assim como o fechamento de taxas de juros, fazem sentido diante do cenário descrito acima, mas o enfraquecimento do dólar é apenas uma correção técnica de um movimento de fortalecimento do dólar nas últimas semanas, a não ser que o cenário global venha a ter um vetor de decisão sobre a postura do fed. Eu continuo vendo os EUA, assim como o Fed, na vanguarda do processo de recuperação do

China: Instabilidade.

O começo da semana foi marcado por mais uma forte queda das bolsas na  China , com o Shangai Composite caindo 8,5% nesta segunda-feira. Não houve um evento específico para justificar este movimento. Contudo, podemos afirmar que a economia do país, assim como seus mercados, passam por um momento de fragilidade e instabilidade. A economia não mostra sinais consistentes de estabilização, cenário que ficou mais evidente após a divulgação do Flash Manufacturing PMI na semana passada. Além disso, as bolsas do país tinham mostrado algum tipo de estabilização nas últimas duas semanas, mas em grande parte fundamentadas por medidas  que estavam mascarando, de maneira artificial, o excesso de oferta de ações que ainda existia no mercado. Em suma, o país passa por um período de instabilidade. Acredito que a China seja o maior risco para a economia mundial nos próximos meses, assim como para os mercados financeiros globais. Eu vejo um cenário de menor crescimento estrutural do país, que será pontu

Brasil: Ajustes de preço.

O cenário desafiador que se apresenta para a economia chinesa parece estar afetando negativamente o cenário para os ativos de risco. Além da manutenção da pressão sobre as commodities, as bolsas dos países desenvolvidos parecem sentir, temporariamente, os efeitos negativos do cenário chinês. Além disso, o pano de fundo para os países emergentes não mostra sinais de melhor. Pelo contrário, um menor crescimento da China, aliado as perspectivas de alta de juros nos EUA, não costuma ser uma receita positiva para os países emergentes e seus ativos. A queda no preço das commodities já começa a afetar o humor para outros ativos de risco. A Treasury de 10 anos nos EUA voltou a operar em torno de 2,25%, após testar níveis próximos a 2,5% nas últimas semanas. O mercado já debate a necessidade de extensão do QE na Europa com o petróleo novamente abaixo de US$50 e as bolsas dessas duas regiões mostram sinais de fadiga próximas aos highs deste ano. Como tenho afirmado nas últimas semanas,

Brasil: BCB em foco.

Ontem eu havia demostrando incerteza em relação aos próximos passos do BCB no tocante a política monetária vis-à-vis a revisão da meta fiscal e a depreciação cambial. Na minha visão, o discurso do Awazu agora a pouco teve o objetivo de, exatamente, retirar esta incerteza do mercado. Ao que tudo indica, o BCB irá optar pelo caminho correto, não abandonando sua postura em busca do centro da meta de inflação, concomitantemente com a manutenção das expectativas de inflação ancoradas nos próximos anos. Acredito que a probabilidade de uma alta de 50bps na próxima reunião do Copom tenha se elevado substancialmente após os eventos recentes. O FRA de 2016 atingiu 13,65%, com o FRA 2017 em 12,45%. Os FRAs mais longos giram em torno de 12,85%. A curva apresentou forte flattening , com o Jan21/Jan17 voltando a operar a -90bps, após estar rodando a -65bps ontem. Acho que faz sentido testar posições aplicadas na parte intermediária da curva (Jan19). Acho positivo o BCB manter seu compromisso co

China: Fraqueza da economia.

O destaque da noite ficou por conta de uma inesperada queda da prévia do PMI Manufacturing na China , que saiu de 49,4 para 48,2 pontos. O indicador mostra uma economia fragilizada, sem sinais consistentes de recuperação. Tínhamos observado uma estabilização cíclica do crescimento nos últimos dois meses, mas o Flash PMI de julho, divulgado hoje, aponta para uma economia com crescimento pífio e abaixo das expectativas. É natural esperarmos que os policy makers locais anunciem novas medidas de suporte ao crescimento, com o intuito de evitar uma desaceleração adicional da economia. Como tenho insistido neste fórum ao longo deste ano, acredito que a China irá crescer estruturalmente menos no futuro. Os 7% de crescimento do PIB viraram teto para o crescimento deste ano,  e não me surpreenderia em ver um crescimento na faixa de 5% a 6% no futuro não muito distante. Acredito que a postura do governo será tentar suavizar este processo de desaceleração estrutural da economia, mas não com o in