USD: Tendência de alta volta ao foco
O destaque da noite ficou por conta do retorno da tendência
de fortalecimento do UD no mundo. O movimento parece ter tido início após o
anúncio, não esperado pelo mercado, de um corte de 25bps nas taxas de juros da Nova Zelândia. O comunicado após a
decisão manteve a sinalização de desconforto com o patamar elevado da moeda, e
atentou para a possibilidade de novos cortes de juros. Ainda durante a noite, o Banco Central da Coreia do Sul também anunciou um corte de 25bps na sua taxa básica
de juros, para 1,5%.
Acredito que uma postura mais dovish dos bancos centrais ao redor do
mundo, em um ambiente em que a política monetária nos EUA caminha para um
primeiro movimento de alta de juros no segundo semestre deste ano, era o
ingrediente que faltava para que o USD volte a apresentar uma tendência mais
consistente de alta. Após o movimento já verificado nos últimos meses, entendo
que as próximas rodadas de alta do USD podem vir a ser mais brandas e erráticas
do que aquela observado no segundo semestre de 2014 e no começo deste ano.
Tomando o DXY como parâmetro, acredito que devemos operar na banda de 95 a 100
no curto-prazo, com o dólar devendo buscar a parte de cima desta banda e,
eventualmente rompendo este patamar, à medida que os dados econômicos confirmem
uma recuperação da atividade norte-americana após um primeiro trimestre fraco.
A agenda do dia será bastante importante, com a Ata do Copom
no Brasil e o Retail Sales e o Jobless Claims nos EUA.
Na China os dados
de atividade econômica de maio, divulgados durante a noite, mostraram alguns
sinais, ainda incipientes, de estabilização do crescimento. Ao que parece, o
governo já começa a colher os frutos de uma postura mais proativa e agressiva
no tocante a política monetária nos últimos meses. Na minha visão, ainda teremos que conviver com um crescimento
estruturalmente mais baixo no país de agora em diante. Acredito
que podemos observar uma estabilização da economia, mas acho difícil acreditar
em uma aceleração muito acentuada do crescimento. De qualquer maneira, as reformas que estão sendo
implementadas, e ontem o governo anunciou mais uma rodada agressiva de swap dos
LGFV por bonds mais transparentes e
líquidos, estão sendo bem sucedidos e deveriam, no mínimo, afastar os riscos de
cauda para a economia, como uma onda mais forte de defaults e uma rodada
adicional de desaceleração econômica.
No Brasil após a
surpresa altista do IPCA de maio divulgado ontem, acredito que Ata do Copom
será muito semelhante ao último documento do BCB. Não vejo ganho de capital por
parte do Banco Centra em sinalizar uma mudança de postura neste momento. O
mercado deveria continuar esperando uma alta entre 25bps e 50bps na próxima
reunião do Copom, com um viés para a alta de 50bps. O cenário para a inflação
segue extremamente desafiador, mesmo com as perspectiva de um crescimento pífio
ao longo deste ano.
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