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Grécia - O dia foi marcado pelo otimismo em torno de uma possível resolução do impasse entre a Grécia e seus credores. Na minha visão, os gregos parecem ter dado um passo atrás e apresentado uma proposta que se mostra mais em linha com as demandas de seus credores. Com o primeiro passo tendo sido dado pelos gregos, a União Europeia irá precisar mostrar disposição em selar um acordo, propondo algum tipo de alívio em suas demandas, além de algum tipo de “perdão da dívida”, mesmo que esta seja feita através de alongamento de prazos de pagamentos e/ou taxas de juros mais baixas. Este cenário parece politicamente mais viável para ambas as partes. A solução da “crise grega” ainda está longe do fim, já que uma série de aprovações política precisam ser garantidas antes de um acordo oficial final. De qualquer maneira, uma solução de última hora, o cenário que parecia mais provável, mas vinha se mostrando mais complicado do que o imaginado, começa a se mostra viável.

Brasil – A conta corrente de maio ficou abaixo das expectativas do mercado, com um déficit de R$3,4b, contra expectativas de déficit de R$4,6b. O IED ficou bem acima do esperado, mostrando um quadro de tranquilo financiamento das contas externas do país, mesmo sinal emitido pelos fluxos da conta de capital.

Por hora, com o mercado adiando a perspectiva de uma alta de juros nos EUA para dezembro, e com menos de uma alta de 25bps precificado para este ano, os ativos brasileiros parecem mostrar um quadro de tranquilidade, ignorando a piora dos fundamentos econômicos verificados nas últimas semanas. Não é raro observarmos momentos em que o cenário externo se sobrepõe aos fundamentos locais, com fluxos pontuais sustentando a dinâmica dos ativos brasileiros. Em termos de fundamentos locais, contudo, não vejo nenhum tipo de argumento que justifique uma melhora mais consistente e permanente dos mercados locais (bolsa e câmbio). O mercado local de juros continuará seguindo o cenário para a política monetária. Ainda estamos diante de um quadro de piora no crescimento e na inflação, colocando um enorme desafio ao BCB. No curto-prazo, a autoridade monetária se mostra comprometida com a meta de inflação, mas vejo o país mais próximo ao final do ciclo de alta de juros do que do começo ou do meio deste movimento.

EUA – O Existing Homes Sales apresentou alta de 5% em maio, saindo de 5,09M para 5,35M, acima das expectativas de 5,28M. O número é mais uma evidência de recuperação da economia do país, que ainda se mostra errática e incipiente.


Mercados – Os ativos de risco estão em um período de alta volatilidade, mas sem mostrar grandes tendências. Os mercados se mostram em grandes “ranges”, sem que haja um rompimento desses níveis. Acredito que precisaremos de uma mudança de fundamento para que essas bandas sejam rompidas. Ainda tenho a esperança que a recuperação norte americana será a chave para este processo, com as expectativas de uma alta de juros por parte do Fed voltando a pauta. Assim, gosto de posição compradas em dólar, mas com a prudência de manter um tamanho ainda moderado devido ao price-action ruim. A resolução da crise na Grécia pode vir a ser um evento importante para a retomada da tendência de fortalecimento do dólar no mundo. Acredito na recuperação das bolsas da Europa como a principal posição para o QE europeu, confirmada a resolução da crise na Grécia. Os juros no Brasil me inspiram poucas convicções, mas nos atuais níveis sou levemente doador de taxas.

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