Agenda relevante

As vésperas de um dia de agenda relevante, os ativos de risco operam sem grandes movimentações. Destaque apenas para um leve fortalecimento do dólar, após o movimento de fraqueza verificado ao longo da terça-feira.

A quarta-feira será de agenda agitada, com reunião do BCE na Europa, ADP Employment e ISM Non-Manufacturing nos EUA e decisão do Copom no Brasil, todos com potencial elevado para ditar a dinâmica de curto-prazo dos mercados.

Tecnicamente, o mercado ficou fragilizado, com o EUR podendo voltar no 1,15 e as taxas de juros podendo atingir os níveis mais altos dos últimos meses. Assim, precisaremos de um BCE firme e um ADP Employment que não comprometa o cenário para que os movimentos verificados ontem sejam contidos.

Brasil – Espero que o Copom eleve a taxa Selic em mais 50bps. Acredito que a Ata seja o momento mais propício para o BCB apresentar um panorama mais completo do cenário. De qualquer maneira, não podemos descartar uma alteração no comunicado desta quarta-feira, mas ainda embuto uma probabilidade baixa (20%) para uma indicação mais clara em torno do final do ciclo de alta de juros.

Europa – Acredito que BCE irá manter o tom de seu discurso, sem alterar as perspectivas de manutenção de um QE agressivo na região. O movimento rápido e acentuado de alta nas taxas de juros (e no EUR) verificados ontem podem levar Draghi a dar um sinal mais firme nesta direção em sua aparição amanhã, nos mesmos moldes daquele verificado a cerca de duas semanas atrás por outro membro do ECB.

O PMI Services da Área do Euro foi revisado de 53,3 pontos para 53,8 pontos em sua versão final para maio. A Taxa de Desemprego da região saiu de 11,2% para 11,1%, abaixo das expectativas em abril, enquanto o Retail Sales apresentou alta de 0,7% MoM no mesmo mês, acima das expectativas de alta de 0,6% MoM e após revisão altista do mês anterior. O cenário de crescimento saudável continua a ser reforçado pelos números de atividade, a despeito de flutuações normais dos ciclos econômicos em torno dos atuais níveis de crescimento. A região continua sendo favorecida por uma política monetária agressiva, que tem facilitado o afrouxamento das condições financeiras, através de uma moeda mais fraca, canais de crédito destravados e taxas de juros mais baixas. Acho que não faz sentido o BCE abortar este movimento sem que o crescimento tenha se mostrado ainda mais consistente e permanente.

EUA – O ADP Employment é o último indicador antecedente para o Payroll. Dado a fragilidade que os ativos de risco tem mostrado, qualquer desvio em relação às expectativas pode causar movimentações de preço relevantes no curto-prazo. Os indicadores antecedentes apontam para uma criação em torno de 200 mil postos de trabalho.

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