China: Forte queda na bolsa

O destaque da noite ficou por conta de uma queda rápida e acentuada das bolsas na China, com o Shangai Composite caindo 7,4%. Este movimento está ajudando a dar um leve clima de aversão a risco aos mercados financeiros globais nesta sexta-feira, com o dólar forte, as commodities e bolsas globais em leve queda e com o ouro em alta, em um claro sinal de desconforto do mercado com relação a situação na China.

Não há nenhum motivo específico para a queda da bolsa chinesa, mas uma rodada de IPO´s mau digeridos, aliada a incerteza em relação a política monetária que será adotada no país de agora em diante, e um cenário de aperto das condições financeiras locais são alguns dos vetores que ajudaram o movimento ao longo dos últimos dias. Vale a pena lembrar, também, que as bolsas do país apresentaram forte alta ao longo dos últimos meses, mesmo diante de fundamentos econômicos fragilizados. Neste ambiente, é natural que correções/realizações de lucro venham a ocorrer. Como a dinâmica do mercado local apresentava sinais e características de uma “bolha”, as correções sempre tendem a ser mais rápidas e acentuadas.

No Brasil, como era amplamente esperado, o CMN reduziu a banda em torno da meta de inflação para 2017, de 2% para 1,5%, em torno da mesma meta de 4,5%. Além disso, anunciou uma elevação de 50bps na TJLP. Ambos os movimentos já vinham sendo amplamente sinalizados ao longo das últimas semanas. As medidas são positivas, já que ajudam na melhora institucional do modelo de metas para a inflação no país, o que deveria ajudar a parte longa da curva de juros. No cuto-prazo, contudo, os desafios para atingir a meta ainda são enormes e o mercado deverá ficar mais focado no cenário de curto-prazo para política monetária, assim como nos desenvolvimentos no tocante ao quadro político e fiscal no país.

Eu mantenho minha visão de que não seja o momento propicio para ter elevadas exposições a risco. Gosto de carregar uma posição comprada em dólar contra uma cesta de moedas (BRL, MXN, EUR, AUD e CAD) e estruturas de opções baixistas na bolsa brasileira. Já vejo valor na parte intermediária (Jan18) da curva local de juros, mas acredito que as posições nesta classe de ativo tem que ser táticas, pequenas e com stops curtos, já que o cenário de curto-prazo ainda não está favorecendo a dinâmica do mercado.

Na Europa, O M3 da Área do Euro caiu de 5,3% YoY para 5% YoY, enquanto os índices de confiança na Itália de mantiveram em patamar elevado na leitura de junho, mostrando um cenário positivo para as perspectivas de crescimento do país.

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