Grécia = "Risk-Off"
Sem uma solução concreta para a saga grega, e com rumores de que
um plano de contingência está sendo preparado pela Europa para um eventual
default do país, estamos observando um movimento global de “risk-off”, liderado pela queda nas bolsas
da Europa e pela abertura de taxas de juros dos papéis soberanos na Grécia.
Nos EUA, o PPI
mostrou um cenário de leve aceleração da inflação, mas ainda incapaz de alterar
significativamente o cenário de inflação branda no país. O Michigan Confidence
saiu de 90,7 para 94,6 pontos em junho, acima das expectativas de 91,2. Os
números recentes de emprego, atividade e confiança dão força a visão de
recuperação da atividade econômica no país.
No Brasil, estamos
diante de mais um forte movimento de inversão da curva de juros, com o
Jan21/jan17 atingindo o patamar de -120bps. Acredito que o movimento faça
sentido e pode continuar no curto-prazo, a despeito de realizações pontuais. Ainda
vejo uma tendência de fortalecimento do USD, com o patamar de 3,05-3,10 sendo
um nível de elevação da alocação comprada no USDBRL. Entendo que os fluxos de
curto-prazo podem manter o câmbio bem comportado no curto-prazo, mas acredito
que este será um movimento pontual.
Como cometei hoje cedo,
Ainda
vejo um acordo intermediário como o mais provável na Grécia, mas o risco da
ausência de um acordo cresceu exponencialmente nas últimas 48 horas. Assim, os
ativos de risco devem ficar ainda mais sensíveis a este tema e a busca por hedges parece ser prudente para aqueles que ainda detêm
exposição a risco na ponta positiva do mercado.
Em relação aos demais mercados, ainda vejo o retorno da tendência de
fortalecimento do USD no mundo como o mais provável.
Pegando o DXY como parâmetro, acredito que o patamar de 95 tenha sido um piso
de curto-prazo e o mercado deveria buscar, novamente, o nível de 100. Em um
ambiente de incerteza na Europa, abertura de taxa de juros nos países
desenvolvidos e menor crescimento estrutural da Grécia, as moedas dos países
emergentes deveriam manter uma tendência de depreciação. Entendo que este
processo não seja linear, e nem manterá o mesmo ritmo acentuado do passado
recente, e momento de acomodação, como o verificado ontem, irão acontecer.
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