China: Inflação baixa
Os ativos de risco estão operando sem grandes movimentações. O dólar está devolvendo uma pequena parte da fraqueza de ontem, mas em um movimento bastante tímido e pouco disseminado de fortalecimento. As bolsas da Europa ainda operam em queda, com um quadro técnico se mostrando desfavorável no curto-prazo e sem uma solução concreta para as negociações entre a Grécia e seus credores, o que está colocando pressão nas bolsas norte-americanas. Neste ambiente, estamos observando uma leve rodada de fechamento de taxas de juros e fortalecimento das commodities.
Na agenda do dia, destaque para o NFIB Small Business Optimism, Wholesale Inventories e JOLTS Job Openings nos EUA. No Brasil, o foco ficará por conta do IGP-DI e para o anuncio do pacote de concessões, cujos os detalhes já estão sendo ventilados na mídia há alguns dias.
China – O PPI ficou estável em -4,6% YoY e o CPI recuou de 1,5% YoY para 1,2% YoY em maio, ambos abaixo das expectativas do mercado. Um quadro de inflação sucessivamente baixa mostra uma demanda interna fragilizada e um slack crescente na economia. Neste ambiente, é natural esperar que o policy makers chinês mantenha uma postura mais agressiva e proativa no tocante as políticas monetária, fiscal e creditícia, com intuito de colocar um piso no crescimento local. Este cenário, aliado as reformas que estão sendo promovidas pelo governo, estão dando amplo suporte ao mercado de renda variável na China.
Europa – O PIB da Área do Euro apresentou alta de 0,4% QoQ e 1% YoY no 1Q, dentro das expectativas do mercado. A despeito de uma leve acomodação do crescimento no final do primeiro trimestre do ano, os indicadores correntes já mostram uma recuperação da atividade neste segundo trimestre do ano, o que coloca a região bem posicionada para um crescimento superior a 1,5% e, talvez, próximo a 2% ao longo deste ano.
Grécia – De acordo com um artigo no WSJ de ontem a noite, a Troika ofereceu uma proposta de extensão do atual programa de ajuda financeira até março de 2016, com o relaxamento de alguns pontos do ajuste fiscal que vem sendo demandado a Grécia. A despeito da ausência de um acordo, a proximidade de uma data limite para que avanços concretos nas negociações sejam atingidos estão, de certa forma, acelerando o processo de negociações. Parece haver disposição política de ambas as partes em se encontrar uma solução intermediária para a questão. Acho natural que os ativos de risco fiquem mais sensíveis a este tema a medida que o tempo passa e nenhum acordo seja anunciado. Assim, podemos ter novas rodadas de “risk-off” até que um acordo seja selado de fato.
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