Recuperação econômica global mais evidente

O destaque da noite ficou por conta da alta nos PMI da China e da Europa que apontam para uma recuperação da atividade econômica global neste segundo trimestre do ano. Assim, está se desenhando um cenário muito parecido aquele verificado ao longo dos últimos anos, em que o primeiro trimestre foi marcado por um crescimento frágil, seguindo por uma recuperação da atividade econômica global nos demais meses do ano. Este pano de fundo eleva a probabilidade de uma recuperação da economia norte americana nos próximos meses de 2015, colocando em pauta, novamente, a possibilidade de uma alta de juros nos EUA ainda no terceiro ou quarto trimestre deste ano.

Na agenda do dia, destaque para o Durable Goods Orders e Markit Manufacturing PMI nos EUA. No Brasil, os dados de crédito serão o destaque da terça-feira.

Os ativos de risco estão dando continuidade ao movimento positivo verificado ontem, com destaque para a alta nas bolsas globais e para o fortalecimento do dólar.

O mercado precifica hoje apenas uma alta de 25bps na curva de juros nos EUA ao longo deste ano, com uma probabilidade menor do que 30% do começo deste processo ocorrer em setembro. Assim, números de atividade econômica mais fortes tendem a elevar esta probabilidade, dando suporte ao dólar no mundo. No atual cenário econômico, e com a posição técnica mais limpa, me parece haver uma assimetria positiva para posições compradas em dólar. Como comentei ontem, os ativos de risco estão em um período de alta volatilidade, mas sem mostrar grandes tendências. Os mercados se mostram em grandes “ranges”, sem que haja um rompimento desses níveis. Acredito que precisaremos de uma mudança de fundamento para que essas bandas sejam rompidas. Ainda tenho a esperança que a recuperação norte americana será a chave para este processo, com as expectativas de uma alta de juros por parte do Fed voltando à pauta. Assim, gosto de posições compradas em dólar. Acredito na recuperação das bolsas da Europa como a principal posição para o QE europeu, confirmada a resolução da crise na Grécia. Os juros no Brasil me inspiram poucas convicções, mas nos atuais níveis sou doador de taxas.

Europa – O Markit PMI Manufacturing saiu de 52,2 para 52,5 pontos em junho, com o Markit PMI Services passando de 53,8 para 54,4 pontos. Os números ficaram acima das expectativas, confirmando que a economia da região encontra-se em bases solidas para um crescimento saudável e próximo a 2% este ano. Confirmada a resolução, pelo menos no curto-prazo, dos problemas na Grécia, uma política monetária expansionista no horizonte relevante de tempo deve voltar a afrouxar as condições monetárias na região, ajudando a promover um processo de recuperação da atividade econômica. Vejo uma nova rodada de alta nas bolsas e queda no EUR.


China – O HSBC Flash PMI saiu de 49,2 para 49,6 pontos em junho, acima das expectativas de 49,4 pontos. A economia chinesa parece passar por um período de consolidação. Após um primeiro semestre de crescimento pífio, a postura mais agressiva e proativa do governo na condução da política monetária (e na aceleração do processo de reforma financeira) estão ajudando a dar algum suporte ao crescimento do país. Este cenário é positivo, porém esperado. Acho difícil observamos uma aceleração mais acentuada do país, mas espero um curto-prazo menos negativo.

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