VaR Shock Continues / Sinais Positivos no Brasil.

Os ativos de risco estão dando continuidade ao movimento negativo iniciado na sexta, mantendo as correlações entre as classes de ativos – quedas das bolsas, commodities e bonds, mas alta do USD – que pode acabar acentuando estes movimentos, especialmente devido a zeragem ou redução de posições de alguns modelos de gestão (CTA, Risk Parity, Variable Annuities, VaR Risk ente outros)

De maneira geral, acredito que podemos passar por um período de maior volatilidade e incerteza no curto-prazo, não descartando períodos de piora rápida e acentuada dos ativos de risco. Contudo, não vejo o cenário ainda construtivo de médio-prazo sendo totalmente revertido. Minha recomendação é para apertar os cintos, buscar hedges, mas não perder o foco nos ativos que ainda apresentem fundamentos positivos, valuations atrativos e yieldselevados.

De acordo com a Merrill Lynch:

Poor price action in risky assets continued in the Asian session with regional equities down > 2% (KOSPI down 2.4%; A-Shares down 2.1%); high beta currencies like KRW (-0.15%), AUD (-0.2%) and NZD (-0.2%) under pressure whereas safe haven JPY (+0.16%) outperforming. While anticipation of hawkish tone from Fed Governor Brainard tonight (1315 EST) could have been the trigger for risk sell-off on Friday,we think the move is potentially sustained by risk parity unwinds. Indeed, Brainard is known to be a strong dove and is unlikely messenger of near-term hawkishness in wake of recent soft data in the US. On the other hand, our volatility analysts Ben Bowler and team note Friday’s simultaneous decline in equities, bonds, and commodities implies a 25%+ deleverage event for risk parity funds – a shock potentially larger than BREXIT. They estimate ~$52bn in near-term selling pressure  in global equities and warn of snowballing effect in a fragile market with low conviction. Elsewhere,CNH funding remains a concern with 1mth pts @ 10pips per day (285/315) indicating sustained tight liquidity for over a month.Given such liquidity squeezes typically normalize within a week or so, trader Leo Cheng thinks market is too pessimistic and expect a resolution later this week.

No Brasil, os ativos locais devem seguir o cenário externo. Seria prudente, e positivo para os ativos locais, o BCB alterar sua postura na colocação dos swaps reversos de câmbio. Na sexta-feira, o BCB anunciou a colocação de mais US$500mm para hoje pela manhã. Será importante observar se ele realmente irá colocar todo este montante no meio da atual conjuntura global.

No campo político, os sinais provenientes do novo governo continuam bastante positivos. No final de semana, em entrevista ao O Globo, Temer se colocou contra o reajuste do STF. Os jornais de hoje já falam em um recuo do PMBD em torno do tema.

Além disso, o governo está sinalizando para uma melhora nos termos de algumas concessões que serão anunciadas em breve. A participação estrangeira não será restrita, as taxas de retorno devem ser mais atraentes e alguns bancos públicos devem ajudar o BNDES no financiamento dos projetos.

Nesta mesma linha, o governo continua a ventilar importantes medidas da reforma trabalhista e da reforma da previdência, insistindo no debate desses temas e na encaminhamento dessas questões ainda antes do primeiro turno das eleições.

Já Pedro Parente, presidente da Petrobrás, concedeu entrevista colocando com clareza e parcimônia quais são os atuais problemas na empresa e o que deve ser feito. resta implementar seu plano de gestão e torcer para o petróleo não desabar no mercado externo.

Finalmente, acho válido citar a quantidade de fluxo que parece estar "na fila" para entrar no país. Na semana passada, a Minerva emitiu, facilmente, e com demanda gigante, cerca US$1bi de títulos externos. Existe um fila razoável de emissões no pipeline, além de dinheiro de FDI para concessões e compra de ativos de qualidade. 

No curto-prazo, devemos navegar um ambiente externo extremamente frágil, e que deverá guiar os ativos locais. No médio-prazo, parece que ainda teremos capacidade de apresentar performance relativa mais positiva do que os nosso pares.

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