PMI na China & Copom.

Os ativos de risco estão abrindo a quinta-feira em tom mais positivo, após uma surpresa altista no PMI Manufacturing de setembro na China. O número oficial subiu de 49,9 para 50,4. Contudo, o Caixin China PMI Mfg caiu de 50,6 para 50,0 pontos no mesmo mês, levemente abaixo das expectativas. Os números de hoje mostraram uma economia relativamente estável, a despeito de um patamar mais baixo de crescimento do que o realizado ao longo dos últimos anos. Se, por um lado, não vemos sinais concretos de aceleração da economia, por outro lado, também não existem indícios claros de uma desaceleração mais assustadora do crescimento.

No Brasil, no final da tarde de ontem, o BCB anunciou sua decisão, amplamente esperada, em manter a taxa Selic estável em 14,25%. Ao contrário do que eu esperava e, acredito eu, surpreendendo as expectativas do mercado, o Copom optou por alterar o comunicado após a decisão. Eu vejo as mudanças promovidas como marginalmente mais dovish, pois abrem a porta para uma eventual queda de juros já na próxima reunião do Comitê. Este ainda não é o cenário base, que permanece para o inicio do ciclo de queda de juros em novembro/dezembro, mas não podemos mais descartar a possibilidade de que o começo deste processo ocorra já no próximo Copom.

Espero um fechamento relevante de taxas de juros ao longo do dia de hoje, com algum viés de steepening da curva, e alguma abertura das inflações implícitas. Contudo, dado a condução do cenário macro (inflação corrente em queda, expectativas de inflação cadentes e etc) e do cenário político (fala dura de Temer ontem, encaminhamento das propostas de ajuste econômicos e etc), não vejo esses dois últimos movimentos como muito acentuados. O fechamento das taxas de juros, contudo, podem ser o início de um ciclo mais longo, e uma nova tendência para os mercados locais, após alguns meses de consolidação desta classe de ativos.

O Copom foi claro, desenhando uma espécie de roteiro que precisará ser cumprido para que o processo de queda de juros se inicie. Segundo o Valor:

Os fatores domésticos que serão avaliados pelo colegiado incluem que o forte aumento dos preços de alimentos ocorrido recentemente se transmita com menos persistência para a inflação como um todo. E também que os componentes do IPCA, o índice oficial do regime de metas, sejam mais sensíveis à política monetária e à atividade e indiquem desinflação em velocidade adequada. Além disso, que ocorra redução da incerteza sobre a aprovação e implementação dos ajustes necessários na economia, incluindo a composição das medidas de ajuste fiscal, e seus respectivos impactos sobre a inflação.

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