Mercados Globais - DB em Foco.

Os ativos de risco estão abrindo a semana sem grandes correlações. Estamos observamos uma fraqueza das bolsas na Ásia, Europa e EUA, que pode estar sendo liderada por mais uma rodada de queda das ações do DB. Segundo a Bloomberg:

Deutsche Bank AG shares dropped to a record low amid concerns that mounting legal bills, including a looming fine over its pre-crisis mortgage bond business, may force the lender to raise capital. The shares dropped 6.3 percent to 10.70 euros at 10:14 a.m. in Frankfurt. The 38-member Bloomberg Europe Banks and Financial Services Index slipped 1.5 percent, with Deutsche Bank the worst performer. Chancellor Angela Merkel has ruled out state aid for Deutsche Bank ahead of national elections in September 2017, Focus magazine reported last week, citing unidentified government officials. The German leader also declined to step into the bank’s legal imbroglio with the Justice Department, the magazine reported.

A despeito da fraqueza nas bolsas ao redor do mundo, o USD opera relativamente estável, com as commodities em leve queda e as taxas de juros apresentando fechamento de taxas no mundo desenvolvido. Os ativos emergentes operam, em sua maioria, próximos a estabilidade.

Ainda vejo o cenário de baixo crescimento global, sem riscos aparentes de recessão, mas com flutuações em torno da tendência, e a manutenção dos bancos centrais nas principais economias do mundo com postura extremamente expansionista como vetores positivos para ativos de carry/yield, pelo menos no curto-prazo.

Eu vejo as eleições nos EUA como o próximo grande risco aos mercados financeiros globais. Outro risco iminente fica por conta de um potencial questionamento dos investidores em torno da real potência da política monetária no mundo desenvolvido. Finalmente, a sustentabilidade da estabilização do crescimento chinês, à custa de uma injeção cada vez maior de crédito na economia, é um problema que precisa ser monitorado ininterruptamente.

Reforço que vejo estes eventos como riscos ao cenário, e não como cenário central. Acredito que especialmente os dois últimos serão foco dos mercados financeiros globais em algum momento do tempo, mas vejo uma janela no curto-prazo em que ambos possam ficar restritos ao âmbito de “riscos de cauda”, e não “cenário base”.


Neste ambiente, não vejo grandes tendências de curto-prazo nos mercados financeiros globais, exceto por movimentos pontuais e localizados. Assim, tenho mantido o foco no mercado local de juros, em que vejo “os astros alinhados” para mais uma rodada de fechamento de taxas de juros (inflação corrente em queda, expectativas de inflação ancoradas, BCB próximo ao inicio do ciclo de queda de juros, avanço do debate em torno da reforma fiscal, e etc). O BRL me parece um play de carrego. Há espaço para que o range de 3,2-3,3 caia para 3,0-3,2, mas não vejo grandes apreciações a partir do ponto em que estamos. Por mais que o fluxo deva melhorar, e o externo se mostre positivo no curto-prazo, não vejo a moeda muito abaixo do patamar de 3,0.

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