OPEC: Set. Ready. Cut! (but only in november).
A OPEP anunciou, extraoficialmente
(até o momento) a intensão de formar um comitê para estudar maneiras de cortar
a produção do bloco, e congela-lo nos níveis que serão definidos. Além disso,
devem buscar dialogo com países produtores que não participam do cartel, a fim
de racionalizar a oferta e demanda, e buscar níveis de preço que onerem menos
os países produtores.
A decisão é de certa
forma uma surpresa positiva, pois as expectativas em torno desta reunião eram
baixas. Diante deste quadro, não surpreende a alta de quase 5% nos futuros de
WTI.
Como comentei no começo
da semana: Nos últimos dias, cresceu o
ruído em torno de um potencial acordo para congelamento de produção da OPEP, o
que tem ajudado a dar suporte a commodity. Vale a pena mencionar que a situação
econômica dos países do Oriente Médio, dependentes de petróleo, como a Arábia
Saudita, começa a se mostra cada vez mais desafiadora. Alguns países estão
sendo obrigado a promover cortes de orçamento e, até mesmo, anunciar medidas de
suporte ao setor bancário. É a primeira vez, desde que eu me entendo por gente,
que uma situação como essas acontece em países, até pouco tempo atrás, vistos
como "países riscos”. Talvez os últimos eventos sejam um sinal de que o
balanço ideal de preço tenha que ser mais alto do que o verificado nos últimos
meses. Como não sou um entendedor profundo sobre o tema, só nos resta observar
as ações da OPEP.
No Brasil, o destaque
dos últimos dias fica por conta das movimentações de bastidores para o avanço
da PEC do Teto dos Gastos. Os últimos sinais emitidos pelo congresso são
positivos. As ações recentes de Temer mostram que o presidente apresenta imensa
capacidade de gestão e coordenação política. O governo já está ventilando o que
seria um esboço da Reforma da Previdência, com pontos que me parecem extremamente
positivos. Vi com bons olhos a decisão de adiar o envio da proposta da
previdência para depois do primeiro turno das eleições, e para depois que a PEC
do Teto dos Gastos já tenha avançado.
De maneira geral, a
reforma econômica avança a um ritmo até mais acelerado do que o previsto, com a
sorte de um cenário externo construtivo e um arrefecimento providencial da
inflação.
Acho válido promover
alguns ajustes nas posições. Acredito que a curva de juros curta já esteva bem
precificada, neste momento, para o cenário de política monetária que tenho em
mente. O momento parece oportuno para alongar duration (movimento já observado nos últimos dias). Além disso,
diante de um cenário externo com menos riscos de curto-prazo, e depois do
acentuado rally do mercado local de
juros, acredito que o Ibovespa, o BRL e a B50 tenho ficado um pouco para trás nesta
última rodada de valorização dos ativos locais.
Com o ajuste fiscal no
estágio em que se encontra, vejo espaço para que esses ativos apresentem
valorização adicional no curto-prazo. Meu cenário base, agora, é para queda de
50bps na Taxa Selic na reunião do Copom de outubro, mas acredito que existem
estruturas de opção com risco/retorno mais favoráveis do que a curva curta de
juros.
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