Brasil: Governo começa debate mais intenso para aprovar PEC do Teto dos Gastos.

A noite não trouxe nada de fundamentalmente novo no cenário econômico global. Os ativos de risco operam com leve viés positivo.

Na Austrália, o RBA manteve o juro estável, alterando apenas pequena parte de seu comunicado após decisão. Como o mercado precificava cerca de 40% de probabilidade de mais um corte de juros até o final deste ano, a decisão lacônica acabou dando suporte ao AUD.

Na Alemanha, o Factory Orders apresentou alta de 0,2% MoM em julho, abaixo das expectativas de 0,5% MoM. Nos últimos dias, observamos sinais mais claros de desaceleração da economia da Alemanha e da Europa como um todo. Será fundamental observar qual será a postura do ECB diante destas evidências.

No Brasil, a mídia está ventilando para a possibilidade de alterações na PEC dos Gastos. Acredito que seja natural e saudável este tipo de debate e negociação, contanto que a essência da PEC não seja alterada. Este é um ponto que já foi amplamente discutido pela equipe econômica. Na minha visão, teremos dias de intenso debate em torno do projeto. Alterações no texto são quase que inevitáveis. Temos que nos ater, contudo, a essência da proposta. Caso esta seja mantida, e o a PEC aprovada, verei como bastante positivo para os fundamentos estruturais do país. Caso a aprovação se mostre inviável, ou as alterações no texto alterem de forma significativa o projeto, teremos que rever está leitura positiva.

A curva local de juros precifica cerca de 250bps de corte de juros, com o ciclo começando com cerca de 20bps de queda em outubro, e continuando com um ritmo de cerca de 50bps nas reuniões seguintes. Olhando de hoje, este cenário parece justo. Diante do cenário que vislumbro para os próximos meses, de queda da inflação corrente, aprovação do ajuste fiscal, consequente queda das expectativas de inflação, e possível início do ciclo de queda da taxa Selic, parece haver espaço para o mercado precificar um ciclo de queda maior do que o atual.

Hoje pela manhã, teremos a divulgação da Ata do Copom. Com um comunicado já bastante claro, direto e transparente, acho difícil que a Ata traga notícias adicionais. O espaço para dar início a um ciclo de queda da taxa Selic está aberto, contanto que as variáveis descritas pelo Copom sejam atingidas, ou seja, queda da inflação corrente, arrefecimento das expectativas de inflação e avanço do ajuste fiscal. Estas medidas não são de fácil concretização até a reunião do Copom de outubro, mas nem tampouco são impossíveis.

Segundo nossa análise interna dos fundos locais, vemos o mercado aplicado em taxas de juros e vendido em dólar (comprado em BRL). Os fundos multimercados macro parecem mais neutros em renda variável, ou com posições de menor magnitude. As posições são relevantes, mas o quadro técnico não parece ainda excessivo.

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